Um paciente em tratamento de câncer e sua noiva ganharam uma festa de casamento do Hospital Santa Casa BH, na Região Centro-Sul da capital mineira. A solenidade aconteceu nessa quinta-feira (27/7) e contou com a presença de familiares, médicos e outros profissionais que organizaram a cerimônia.
Rogério Mota Carvalho, de 56 anos, está internado na unidade desde o início de junho para se tratar de um câncer de próstata. A esposa dele, Rute de Almeida, de 51, contou à reportagem que já tinham dado nome ao cartório para o casamento e marcaram a festa para o dia 27 de julho.
Entretanto, além de esperar o divórcio de Rute sair, o casal teve que adiar a festa para o agora seu esposo tratar da doença. Só que Rogério não podia mais adiar o sonho, já que esperava por isso há 15 anos. Então ele pediu ao hospital para se casar.
“O Rogério queria se casar de qualquer jeito, ali no quarto mesmo”, conta Rute rindo e completando que apoiava a ideia do esposo. Mas a Santa Casa BH disse ao casal que não podia realizar o casamento no quarto, por causa dos pacientes.
Assim, o casamento foi feito ao ar livre, celebrado pelo pastor e amigo dos noivos e teve direito a decoração e buffet completo, com salgadinhos, docinhos, bolo, arco de flores, buquê de rosas, violinista, DJ, lembrancinhas e o tradicional bem-casado.
Celebrada ao pôr do sol, a tão sonhada festa foi realizada no terraço do Hospital São Lucas, unidade ligada à Santa Casa BH. Rute disse que nenhum dos dois sabia da dimensão da cerimônia.
“O hospital abraçou a gente de um jeito maravilhoso. Foi muito bom mesmo: o pôr do sol, refrigerante, salgadinho, docinho, estava tudo maravilhoso, tive um dia de princesa”, conta.
Consequências positivas
A Santa Casa BH disse que a cerimônia foi preparada em menos de uma semana por diversas equipes do hospital. No entanto, não foi "apenas uma festa". A psicóloga do Instituto de Oncologia, Juliana Amorim explica os efeitos positivos geradas no paciente. "Experiências felizes, como a realização do sonho de se casar, são essenciais para a qualidade de vida de quem luta contra o câncer”, diz.
Uma das médicas que acompanha o caso do Rogério, a oncologista Carolina Jacobina relata que o atendimento da equipe vai além de tratar somente a doença. “Oferecer saúde de ponta não se resume aos cuidados clínicos. É preciso tratar o paciente em todos os seus aspectos: físico, mental, emocional e espiritual”, conta.
* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata