Uma nova batalha política está em curso nos bastidores do cenário nacional, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarando guerra ao ministro das Relações Institucionais do governo Lula, Alexandre Padilha. Os planos de sucessão de Lira na presidência da Casa entram no pacote de motivações por trás desse embate.
Segundo informações obtidas junto a parlamentares próximos a Lira, a movimentação do governo em prol da manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, liderada por Padilha, interferiu diretamente na estratégia política de Lira para promover Elmar Nascimento (União-BA) como seu sucessor na presidência da Câmara.
Nascimento, apoiado por Lira, é visto como o favorito para assumir o cargo de presidente da Casa. A estratégia planejada consistia em permitir que o deputado do União aproveitasse a semana para realizar gestos tanto em direção ao governo quanto à direita política, consolidando assim sua posição e apoio.
No entanto, os movimentos de Padilha e do governo Lula em relação ao caso de Chiquinho Brazão, aliado de Lira, colocaram em xeque essa estratégia. A interferência do ministro das Relações Institucionais atrapalhou os planos do presidente da Câmara, criando um ambiente de conflito e tensão entre os poderes Legislativo e Executivo.
Diante desse cenário, a disputa pela sucessão na presidência da Câmara dos Deputados ganha contornos ainda mais complexos, com interesses políticos e estratégias de poder se entrelaçando em uma batalha que promete influenciar os rumos do país nos próximos dias.
Plano fracassa
O plano começou na segunda-feira (8/4). Em passagem por Salvador, Elmar deu entrevistas para veículos de imprensa da Bahia elogiando Lula e reafirmando sua vontade de levar o União Brasil a apoiar a reeleição do petista.
Já na quarta-feira (10/4), a ideia era que o governo não se envolvesse na votação da Câmara sobre a prisão de Brazão. E permitisse Elmar se aproximar de bolsonaristas que queriam derrubar a decisão de Alexandre de Moraes.
Entretanto, a entrada do governo, que articulou contra a posição de Elmar, acabou derrotando a direita. A avaliação é que, sem Padilha, Brazão seria solto. E a imagem do líder do União Brasil não acabaria atrelada com a direita.