Uma família totalmente desestruturada. Essa foi a situação encontrada pela Polícia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata, que investiga se um professor de dança de 46 anos manteve a mulher em cárcere privado, abusou sexualmente da enteada de 12 anos e induziu o enteado o suicídio do enteado de 17 anos. Nessa segunda-feira (18), o homem foi preso.
Depois de denúncias anônimas realizadas em junho deste ano, policiais civis deslocaram até a casa do investigado, que não teve o nome divulgado. “Dias antes, o adolescente se jogou do terraço da casa da família. Com a nossa chegada, o homem, a companheira e a menina negaram todos os crimes. Apreendemos o celular dele e conseguimos recuperar vídeos que mostravam o garoto aparentemente dopado. Nessas imagens, o padrasto mandava o enteado dançar de calcinha, ficar de quatro e dava ênfase ao órgão sexual do garoto”, detalhou a delegada Ione Barbosa, da Delegacia de Mulheres.
Ainda conforme a policial, após a morte do jovem, o suspeito teve acesso ao corpo da vítima na funerária e o filmou totalmente nu.
Ao prestar depoimento, a garota negou o estupro. Ela passou por exames que comprovaram o rompimento do hímen. “Esse homem voltou à delegacia e mostrou um vídeo em que a menina dizia ter sido estuprada pelo irmão que cometeu suicídio e por um outro de 18 anos. Esse jovem, que não mora com a família, foi conduzido e negou o abuso. Todas as provas apontam que o padrasto tenha cometido os três crimes.”, contou Ione.
Na casa foram apreendidos vários calmantes, e a polícia não descarta que a companheira e os filhos fossem dopados pelo homem.
“Ele tem um poder de persuasão muito grande. Tanto a mulher como a filha são totalmente dependentes dele psicologicamente. As investigações continuam e vamos apurar se essa mulher sabia desses casos ou se também foi uma vítima. O próximo passo e pedir a conversão da prisão temporária em preventiva”, finalizou a delegada.
O homem foi encaminhado ao presídio da cidade.
Família dependente
Segundo a delegada Ione Barbosa, durante toda a investigação, a mulher e a filha dela defenderam o homem. “A mulher se mostrou a todo tempo a favor do marido. Já a menina gosta dele, diz que o padrasto é tudo na vida dela. No momento em que chegamos para cumprir o mandado de prisão, tivemos muito trabalho para conter as duas, que tentaram impedir que ele fosse conduzido”, explicou o policial.