Um homem de 38 anos, suspeito de estuprar a filha de 14 anos na casa da família no Bairro Fábrica, em Juiz de Fora, se entregou à Polícia Civil nesta quarta-feira (16). A mãe, de 32 anos, denunciou o caso à polícia no início do mês após descobrir, durante uma discussão, que a adolescente era abusada por ele há mais de um ano.
Segundo a delegada de Atendimento à Mulher, Ione Moreira, ele assumiu problemas no relacionamento com a esposa, mas negou o crime.
“Ele confessou que é usuário de drogas desde os 17 anos e que vivia um relacionamento conturbado com a esposa. Eles romperam e reataram várias vezes. Nesta última briga, ele disse que estava alterado por causa das drogas. Durante a discussão, a filha revelou que sofria o abuso há um ano. No entanto, ele garante que não fez isso e nunca faria com a própria filha”, contou Ione Moreira.
Após a briga, no dia 7 de setembro, a mãe procurou a Delegacia Especializada e fez a denúncia. Foi aberta investigação do caso e, desde então, o suspeito estava foragido. Segundo a delegada, a Justiça emitiu mandado de prisão nesta segunda-feira (14). “Já estávamos no encalço dele. O advogado ligou para avisar que ele se apresentaria na delegacia. No entanto, ele já havia marcado outro encontro antes com a esposa e faltado. Desta vez, ele compareceu”, afirmou.
A partir de agora, a delegada tem dez dias para fechar o inquérito. O homem pode ser indiciado por outros crimes além do estupro, que prevê pena de oito a 12 anos de prisão. “Além do estupro qualificado, porque a filha tem 14 anos, temos nos autos informações de ameaças e agressões contra a esposa. Por isso, podemos indiciá-lo na Lei Maria da Penha. E ainda há evidências de que ele também comercializa drogas. Vamos apurar isso”, explicou a delegada.
O homem prestou depoimento e foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp).
Lembre o caso
Em depoimento, a adolescente contou à Polícia Militar (PM) que não denunciou os abusos antes porque o suspeito ameaçou matar ela e a mãe caso alguém soubesse que os dois tinham relação sexual.
A adolescente foi encaminhada ao setor de Protocolo de Atendimento ao Risco Biológico Ocupacional e Sexual (Parbos) do Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde foi atendida por uma médica legista de plantão que constatou a conjunção carnal. De acordo com o laudo de atendimento, a legista não soube informar a data precisa da relação.
Ainda de acordo com a PM, a vítima e a mãe foram encaminhadas para casa de parentes, pois temiam retaliação do suspeito.