A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, pediu na segunda-feira (20) que as autoridades brasileiras suspendam as empresas exportadores investigadas pela Polícia Federal.
O pedido foi feito para efeito imediato, segundo Enrico Brivio, porta-voz para assuntos de segurança alimentar. “Era importante agir no momento”, disse à Folha. “Queremos ter certeza de que apenas a carne com o controle apropriado chegará ao mercado europeu.”
Essa comissão está em contato com as autoridades brasileiras desde o início da Operação Carne Fraca.
A União Europeia também pediu que todos os seus Estados-membros incrementem o monitoramento da carne brasileira que chegue ao bloco econômico —um representante da Comissão Europeia afirmou que isso é de praxe nessas situações.
Na sexta-feira, o Executivo europeu enviou uma nota oficial ao governo brasileiro pedindo esclarecimentos e uma lista das empresas envolvidas na investigação, com intensa troca diplomática no final de semana.
A União Europeia pediu, ainda, detalhes sobre produtos dessas firmas que estejam a caminho do bloco.
Não há, porém, nenhum alerta quanto à carne que já está no mercado europeu.
IMPORTADORES
A UE é um dos principais compradores da carne brasileira —entre os importadores de carne bovina, o bloco lidera ao lado de Hong Kong, China, Egito, Rússia e Irã.
A China também confirmou que suspendeu temporariamente desde o domingo (19) as importações.
Medidas semelhantes foram tomadas pelo Chile, cujo Ministério da Agricultura anunciou na segunda-feira que está barrando temporariamente a compra da carne.
A Coreia do Sul, por sua vez, intensificou as fiscalizações da carne de frango importada do brasil, banindo temporariamente a BRF, maior produtora de carne de frango do mundo. A BRF diz não ter sido notificada.
O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) criticou a PF por “erros técnicos” cometidos na Operação Carne Fraca, que levou o presidente Temer a convocar uma reunião de emergência no Palácio do Planalto neste domingo (19).