O Palmeiras recusou proposta do Atlético pelo atacante Róger Guedes. O clube paulista aguarda uma contraproposta alvinegra, mas o interesse de equipes do exterior pode dificultar a negociação. Uma fonte ligada ao Verdão confirmou ao Superesportes que a oferta feita não estava no patamar desejado pela diretoria palmeirense.
Por causa da boa fase e do assédio ao atleta, que tem mercado no exterior, o Galo tentou comprá-lo. A oferta foi feita ao Palmeiras, que é dono dos direitos federativos do atleta. O clube paulista, contudo, tem apenas 25% dos direitos econômicos. O Criciúma tem 75%.
O obstáculo enfrentado pelo Galo na negociação foi estabelecido no ato do empréstimo do jogador. Quando acertou a troca de Róger Guedes por Marcos Rocha, o Atlético não conseguiu que os direitos do atacante fossem fixados. Dessa forma, quanto mais se destaca, mais caro fica o valor de Róger Guedes. O time mineiro tem apenas a prioridade da compra.
Por outro lado, Marcos Rocha está com os direitos fixados em 2 milhões de euros. Por mais que ele se destaque em campo, o valor será o mesmo. Em março, o presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, falou sobre essa diferença entre os contratos dos dois jogadores, em entrevista à rádio Itatiaia.
“O Marcos Rocha estava entrando em seu último ano de contrato. Tínhamos absoluta certeza que ele não iria fazer a renovação. Ele aguardaria o meio do ano para fazer um pré-contrato com outro clube. A gente não receberia nada pelo Marcos Rocha em termos de negociação. A gente foi procurado pelo André Cury (empresário), e isso era um sinal de que as coisas tinham mudado. A vida inteira o Rocha teve o irmão dele como procurador. O André é procurador do Neymar, é um cara que tem um mercado. Ele veio e disse que o jogador precisava de rodar, estava no Atlético há muito tempo. O que eu fiz: preservando o patrimônio do clube, renovamos com ele por um ano. Foi a condição que impus para fazer a troca com o Róger Guedes. Esticamos mais um ano o contrato e fixamos o passe em 2 milhões de euros”, disse.
Sette Câmara acredita que, caso Marcos Rocha continuasse no Atlético, não estaria tão focado no clube. “Se o Palmeiras quiser ficar com o Marcos Rocha no fim do ano vai ter que pagar esse valor ao Atlético. O Marcos Rocha está com 30 ou 31 anos de idade (nota da redação: Rocha, na verdade, tem 29 anos). A gente perderia esse dinheiro e ele iria para outro clube no ano que vem. Preservando a parte de patrimônio do clube, foi o melhor que a gente podia fazer. O jogador não estaria tão pilhado esse ano, tendo em vista a vontade dele de sair”, concluiu.
Proposta do Al Wehda
O jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, informou em seu Twitter que o empresário de Róger Guedes procurou o Palmeiras dizendo que tem uma proposta do time de Fábio Carille (Al Wehda, da Arábia Saudita) pelo atacante.
Se for negociado com o Al Wehda, o Galo receberia 10% da transação por taxa de vitrine, já que tem contrato com o atacante até dezembro. O clube paulista tem os direitos federativos e autonomia para bater o martelo.
Nesta temporada, Róger Guedes atuou em 25 jogos e marcou 10 gols. Ele vive um dos melhores momentos da carreira.
Em pronunciamento no fim de maio, o diretor de futebol do Atlético, Alexandre Gallo, demonstrou confiança na permanância do atacante. “A outra especulação, sobre o Róger Guedes, que aconteceu por aí, é uma coisa que não existe nada para nós. Nós conversamos com o Palmeiras. Não existe nada com o Palmeiras. O Alexandre Mattos prometeu a mim e ao nosso presidente Sérgio que não tem intenção nenhuma de vender o atleta nesta janela. O atleta vai continuar no Atlético até o final do ano. E mesmo assim, algo que aconteça, ainda temos a prioridade na ação final de uma possível venda, se acontecer. Mas, como ele prometeu, a gente tem quase que certeza, é um cara de muita palavra, que a gente vai contar com o atleta até o final do ano“, disse Alexandre Gallo.
O Superesportes entrou em contato com o diretor de futebol do Galo, que disse que o caso Róger Guedes será tratado internamente.
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