Que tal ganhar até R$ 1.600 em apenas 45 minutos? A proposta seria tentadora se não viesse de um cafetão virtual que vem utilizando aplicativos de paquera para atrair mulheres bonitas e de corpos sensuais para encontros amorosos com homens endinheirados. A casa que promove os encontros, segundo as mensagens enviadas para as mulheres, funciona há pouco mais de cinco anos no bairro Belvedere, um dos pontos mais nobres da região Centro-Sul de Belo Horizonte.
A reportagem do jornal O Tempo entrou em contato com algumas das vítimas e confirmou as histórias de assédio. A primeira abordagem, contam as mulheres, é feita por uma pessoa que ora se identifica como Rodrigo, ora se apresenta como Felipe, e também diz se chamar Matheus. Ele pede o telefone da mulher e, depois, uma pessoa que se identifica como Cátia e que seria gerente da casa de prostituição passa a enviar os convites pelo WhatsApp.
“Atualmente, 19 meninas trabalham conosco e temos 92 clientes ativos, ou seja, clientes que nos pedem encontros diariamente”, diz uma das mensagens da suposta gerente. “Esses clientes são homens casados, com idades entre 34 e 48 anos. Homens discretos e de alto poder aquisitivo”, completa.
Uma fisioterapeuta de 32 anos, que aceitou falar com a reportagem, conta que conheceu o homem do aplicativo e que ele se identificou como Rodrigo. “Muito bonito, por sinal”, comentou ela. Quando a conversa passou para o WhatsApp, o homem passou a se identificar como Felipe. Dois dias depois, a fisioterapeuta recebeu a proposta de fazer os programas sexuais. “Eu me senti muito ofendida. Respondi ‘não, obrigada’ e bloqueei o número”, disse ela. Depois do susto, a mulher parou de usar aplicativos de namoro. “A gente não sabe a intenção das pessoas”, diz a fisioterapeuta.
“Eles perguntam detalhes bem íntimos da gente. A mensagem deixa claro que os programas variam de R$ 800 a R$ 1.600”, completa uma universitária de 26 anos que também recebeu a proposta. “Eles usam o termo ‘acompanhante de luxo’ e chegam a oferecer bolsa de estudo”, diz.
Tabela. Segundo a denúncia, o valor do pagamento feito pela casa de prostituição varia de acordo com as características físicas da mulher e do que ela estaria disposta a fazer nos encontros.
Polícia Civil vai investigar denúncias
O chefe da Divisão Especializada em Investigação de Fraudes, delegado Rodrigo Bustamante, abriu investigação preliminar para apurar a denúncia e localizar a suposta casa de prostituição.
Segundo ele, os responsáveis poderão responder por crimes como manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração sexual com intuito de lucro, e também por rufianismo, que é tirar proveito da prostituição alheia, participando dos lucros.
Fonte: O Tempo