Além de se posicionar de forma contrária a diversos benefícios que as autoridades brasileiras recebem atualmente, como auxílio-moradia, passagens aéreas e carros oficiais, o eleitorado mineiro avalia que as remunerações desse seleto grupo deveriam ser menores do que a aplicada hoje, de mais de R$ 30 mil. A constatação é da pesquisa Minas no Brasil de 2018.
O Grupo Mercadológica perguntou qual deveria ser o salário de um deputado federal ou senador. A média das respostas do eleitorado mineiro aponta para um valor de R$ 5.391,89 – o que corresponde a cerca de 16% do vencimento atual, que chega a R$ 33.763. Essa é a quantia máxima que poderia ser paga aos parlamentares, já que equivale ao teto do funcionalismo, determinado pelo salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O estudo aponta que 30,6% dos entrevistados acreditam que o salário dessa classe política deveria oscilar entre R$ 2.000 e R$ 5.000. Os que responderam que o valor deveria superar essa cifra, podendo chegar a R$ 10 mil, somam 21,2%.
Além disso, 11,2% disseram que a remuneração poderia ficar entre R$ 10 mil e R$ 30 mil. O levantamento mostra que apenas 1,3% respondeu que o provento deveria ser maior que R$ 30 mil, como ocorre atualmente.
Outras fatias do eleitorado foram mais rígidas na hora de definir o valor a que a classe política deveria ter direito. São 4,1% os que declararam que eles não deveriam receber salário; 14,6% os que opinam que a remuneração deveria atingir R$ 1.000; e 16,9% os que apontam que o salário deveria ficar entre R$ 1.000 e R$ 2.000.
Judiciário. Os entrevistados também responderam qual seria o vencimento ideal para os juízes, que geralmente têm contracheques generosos variando de R$ 22 mil a mais de R$ 30 mil e contam com diversos penduricalhos. Para os mineiros, em média, o valor da remuneração deveria ser de R$ 10.096,75.
No caso dos juízes, 0,9% do eleitorado diz que o salário não deveria existir. Enquanto isso, 10,8% responderam que a remuneração seria até R$ 2.000. O índice de 24,1% registrado no estudo corresponde àqueles que declararam que os vencimentos dos juízes deveriam variar entre R$ 2.000 e R$ 5.000. São 28,4% os que consideram justo um valor de R$ 5.000 a R$ 10 mil.
Outros 22,8% avaliaram que os proventos dos juízes deveriam variar de R$ 10 mil a R$ 20 mil; 9,6% afirmaram que o ideal era que ficassem entre R$ 20 mil e R$ 30 mil; e 3,4% acreditam que os salários deveriam ser acima de R$ 30 mil.
Levantamento
Série. Na quinta-feira (29), serão revelados dados da pesquisa Minas no Brasil de 2018 que se referem à percepção dos mineiros sobre as aposentadorias de políticos e servidores, normalmente mais vantajosas do que as concedidas ao trabalhador comum.
Pobre defende salário menor para autoridade
O valor considerado justo para o salário de um deputado federal ou de um juiz no Brasil varia de acordo com a classe econômica dos entrevistados.
Os mais pobres defendem salários mais baixos. São 70% os integrantes das classes C, D e E que sugerem remunerações de até R$ 5.000 para os parlamentares. Entre os que pertencem às classes A e B, o índice é de 51,2%.
A remuneração atual, que alcança mais de R$ 30 mil, só é apoiada, no caso dos políticos, por 5,5% dos membros das classes A e B e 0,3% dos integrantes das classes C, D e E.
No caso dos juízes, são 69,9% os mineiros integrantes das classes C, D e E os que defendem remunerações de até R$ 10 mil. Já nas classes A e B, o índice cai para 41,6%.
Salários atuais de juízes, acima de R$ 30 mil, são apoiados por 11% nas classes A e B e apenas 1,4% nas classes C, D e E.
Fonte: O TEMPO