Parlamentares defendem manutenção da desoneração da folha de pagamento

Central de Jornalismo
Sessão de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados

 

Desde dezembro de 2011, as empresas têm a opção de recolher os 20% de contribuição previdenciária sobre o seu faturamento bruto. Até então, as corporações só podiam cobrar o valor através do salário de cada empregado. Com a mudança, os empresários têm mais estímulo para contratar, já que o foco do cálculo da arrecadação se tornou mais flexível. Isso acontece por causa da política de desoneração da folha de pagamento, em que a ideia é pagar pelo lucro e não pelo número de funcionários.

Alegando dificuldade para recompor as receitas, o governo federal trabalha para acabar com essa modalidade tributária. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou no início desta semana que o fim da desoneração da folha é um ajuste para dar isonomia ao mercado. Contrária ao fim do benefício, a deputada Federal Gorete Pereira (PR-CE) enxerga a decisão do governo como um retrocesso. Para a parlamentar, se a folha for reonerada, muitas pessoas podem perder o emprego. Eles querem voltar ao imposto normal. Isso vai fazer com que, no Nordeste brasileiro, uma quantidade muito grande de mulheres percam o emprego. Aí sim, vão perder o emprego porque as fábricas de confecção, que empregam 95% de mulheres, vão ficar numa dependência maior do setor econômico da própria indústria.”

No mês passado foi criada uma comissão especial que discutirá o projeto da reoneração da folha. A relatoria ficou por conta do o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). O deputado Renato Molling (PP-RS) foi escolhido para ser o presidente. Para Molling, a manutenção da desoneração sobre a folha de pagamento estimula a contratação pelo empresariado. Além disso, o parlamentar afirma que mesmo assim o governo não deixar de ganhar dinheiro. Quando nós geramos emprego o trabalhador gasta o dinheiro e o governo arrecada mais. Então, num primeiro momento parece que pode perder, mas num segundo momento ele ganha com a geração de emprego, com a economia girando, em alta.”

Inicialmente, o governo previa que o fim da desoneração da folha entrasse em vigor a partir de julho deste ano. Mas a Comissão Mista do Congresso Nacional que analisava a proposta aprovou o parecer do senador Airton Sandoval (PSDB-SP), que pedia o adiamento da medida para 2018.

Reportagem, Marquezan Araújo

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