O fim da greve dos metroviários após 43 dias foi bastante comemorado pelos usuários do transporte público de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (02). Durante a greve, o metrô funcionou entre o horário de 10h às 17h. A escala reduzida sobrecarregou os ônibus e complicou a vida de quem precisa do trem fora desse horário.
Na Estação Central, em Belo Horizonte, a televendedora Cecilia Borges de Matos Mendes, 53, não conseguia esconder o sorriso ao ver as catracas liberadas e o metrô funcionando. Para ela, o período de greve foi impactante. “Foi muito complicado, estressante, porque eu precisava sair mais cedo de casa e já fiquei 1h30 no ponto de ônibus. Então, a greve impactou de uma forma muito negativa”, relembra.
Alívio por um lado, mas transtorno por outro. Cecília mora no bairro Goiânia, na região Nordeste de BH, e conta que hoje teve que aguardar mais de uma hora para poder pegar ônibus e que os atrasos são constantes.
A reclamação é a mesma do ourives Adão dos Santos, 59, que mora em Esmeraldas, na região metropolitana. Antes de embarcar na Estação Central, ele exaltou a volta da operação dos metrô, mas observou que os ônibus não ficaram mais vazios e que o transporte público continua lotado. “Prejudica demais a gente. Tá louco! Chega a ser até desumano”, desabafa.
O encarregado geral Leonardo Araújo Garcia, 44, é morador de Igarapé, também na região metropolitana. Para chegar ao trabalho todos os dias, no bairro Floresta, região Leste, o metrô fez muita falta. “Essa volta já representa uma grande melhora, porque esse foi um período muito difícil. Pegando ônibus lotado e chegando atrasado na firma”, disse.
Para o consultor Roberto da Costa Ribeiro, 48, o alívio foi diretamente no bolso. Com o fim da greve, ele não vai ter que gastar mais dinheiro com transporte por aplicativo para chegar atrasado nos clientes. “Pagava caro, viu? Foi complicado”, endossa ele que mora em Contagem. “Eu dependo muito do transporte público e do metrô, mesmo com todas as limitações, ainda é a melhor forma de me deslocar”, pontua.
Volta à normalidade
Desde o início da greve, cerca de 70 mil pessoas vinham sendo prejudicadas, por dia, pelo movimento dos trabalhadores, segundo um balanço da CBTU.
A paralisação foi a mais longa da história de BH e buscava a defesa de mais de 1500 empregos públicos que podem ser extintos com a desestatização da CBTU em BH.
Em dias normais, como hoje, o metrô funciona das 5h40 até 23h.