Os usuários do metrô de Belo Horizonte acordaram com uma péssima notícia: mesmo com decisão liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que determina a suspensão do reajuste de 88,8%, os bilhetes continuam custando R$ 3,40. Nas bilheterias da estação do Eldorado, em Contagem, os passageiros ficaram perplexos com a manutenção do aumento, mesmo com a decisão judicial.
A doméstica Shirlene Miranda dos Santos, de 30 anos, disse não ter acreditado quando viu que o bilhete continuava custando 3,40: “Não dá para entender: a justiça diz uma coisa, a CBTU faz outra. E quem paga é o povo”, afirma a doméstica. Já o auxiliar de logística Jhonathan Maciel, de 25 anos, perguntava quem iria pagar o valor pago a mais neste sábado: “Vamos ficar no prejuízo, não é? É sempre assim, o povo é quem paga sempre no nosso país”, lamentou Michael.
Funcionários da CBTU disseram que a direção da companhia informou que não recebeu a notificação da Justiça. A reportagem não conseguiu contato até o momento com a assessoria da CBTU para saber se a companhia recebeu a notificação. A decisão judicial emitida em caráter liminar pelo TJMG prevê uma multa diária de R$ 250 mil por dia pelo descumprimento da decisão.
Nessa sexta, a Justiça deferiu o pedido de liminar feito por meio de ação popular ajuizada pelo deputado federal Fábio Ramalho (MDB) contra o aumento.
Nesta manhã, o parlamentar disse estar ciente de que a determinação ainda não foi cumprida, mas disse que por enquanto não há nenhuma outra ação a ser tomada. “É uma ordem judical com multa diária de R$ 250 mil. Temos que esperar ela ser cumprida”, disse Ramalho.