O pastor evangélico Jales Antônio de Oliveira, de 59 anos, morreu após ser atropelado, na noite desta segunda-feira (5), em frente a uma filial da igreja Assembleia de Deus, na rua José Carrijo, bairro Santa Mônica, zona leste de Uberlândia. O suspeito de atropelar Oliveira trafegava em alta velocidade na via, apresentava sintomas de embriaguez e estava sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), segundo a Polícia Militar (PM) e testemunhas. O suspeito já havia sido preso em outra ocasião por dirigir embriagado.
Testemunhas disseram à Polícia Militar (PM) que o pastor atravessava a rua e falava ao celular, por volta de 21h15, logo após a realização de um culto, quando o suspeito, que também tem 59 anos e conduzia um Fiat Uno, o atropelou.
A vítima ficou caída no chão e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Segundo os militares, ao chegar ao local do atropelamento, a vítima já estava sem sinais vitais. Oliveira foi levado ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) e, durante o trajeto até a unidade de saúde, os bombeiros tentaram técnicas de reanimação, mas não obtiveram êxito. Ao chegar ao HC, os médicos repetiram as tentativas por 30 minutos, também sem resultados.
Segundo Alan Fabiano Pereira da Silva, testemunha do acidente e frequentador da igreja, o barulho da colisão causou susto em quem ouviu. “Quando vi, ele já estava caído na minha frente. Era uma pessoa muito boa, muito amorosa. É uma perda muito grande para a gente”, disse.
Suspeito deve responder por homicídio doloso
Segundo a PM, o suspeito estava com sintomas de embriaguez, como hálito etílico, olhos avermelhados e fala desconexa e se recusou a fazer o teste de bafômetro. Ainda de acordo com os policiais, ele também não apresentou nenhum documento de identificação e se manteve agressivo durante a prisão.
Ele foi levado à Delegacia de Plantão da Polícia Civil (PC), onde foi ouvido pelo delegado Helder Carneiro. O delegado classificou o crime como homicídio doloso, quando há intenção de matar. “São muitos agravantes, ele estava embriagado, em alta velocidade, o atropelamento foi próximo à calçada e ele era reincidente no crime”, disse o delegado. Carneiro também afirmou que sua decisão foi embasada em recomendações do Supremo Tribunal Federal (STF).
Filho da vítima diz que não quer guardar rancor
Ricardo Antônio Oliveira, um dos dois filhos de Jales Antônio de Oliveira, disse que não sabe explicar a dor. “É uma coisa que ninguém espera. Ele era um pai inigualável. A tristeza é muita e não tem como descrever. Também é difícil de aceitar” afirmou.
Apesar do sofrimento, Oliveira, que é soldado da Polícia Militar (PM) de Uberlândia, afirmou que não quer guardar rancor. “Mesmo sendo difícil, é possível perdoar, pois temos que entender que Deus tem um propósito para todas as coisas”, afirmou.
O pastor também deixa outro filho, além de dois netos e esposa. O funeral do pastor aconteceu na unidade da Assembleia de Deus, na avenida Rondon Pacheco, bairro Cazeca, setor central de Uberlândia. O sepultamento aconteceu às 17h30 no cemitério Campo do Bom Pastor.