Em nova campanha na TV, o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial, está pedindo aos fiéis que colaborem com R$ 1.000 extras para poder manter a programação no canal RCI, exibido em UHF (aberto e também reproduzido na TV por assinatura). O interesse da igreja é em uma doação mensal aos que puderem.
Santiago abriu uma conta no Banco do Brasil só para esse fim, porém ele sugere que ninguém faça o depósito em caixas eletrônicos. Disse não confiar em bancos.
“Não depositem em caixa eletrônico”, pregou Valdemiro, sorrindo. “Porque banco… banco não respeita as leis do país”, completou, mas sem explicar o que estava insinuando.
O fundador da igreja Mundial reforçou ao público que essa doação é específica para ajudar a manter a obra da Mundial na TV, e que não tira (do fiel) as demais obrigações.
“Dízimo é dízimo. É outra coisa. Isso é para a TV.”
A Mundial não é a única a fazer campanhas com o objetivo de manter espaço na TV aberta (ainda que em canais menores).
Conforme esta coluna informou na sexta, o pastor Agenor Duque, da Plenitude, também está pedindo ajuda para manter a igreja com espaço na mídia. Ele calcula precisar de R$ 3 milhões por mês.
Já Valdemiro calcula os gastos midiáticos de sua igreja em R$ 8 milhões mensais.
As igrejas menores estão penando para arrumar horários e se manter na mídia. A Igreja Universal ocupa hoje praticamente todos os horários disponíveis nos principais canais (que vendem grade) da TV aberta.
Além disso, outro problema tão ou mais grave, e já publicado aqui no ano passado, é que a crise econômica também está esvaziando templos e escasseando as doações.
As igrejas sentem na pele a redução salarial dos fiéis porque eles também diminuem seus dízimos.
Ricardo Feltrin / Uol