Um acordo firmado entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a Santa Casa BH vai manter 200 leitos abertos no hospital durante a pandemia da Covid-19, sendo 160 de enfermaria e 40 de UTI, para atender as demandas da população da cidade por, pelo menos, os próximos dois anos. A medida foi anunciada nesta quinta-feira (23) após uma reunião entre o prefeito Alexandre Kalil, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado e o provedor da Santa Casa, Roberto Otto Augusto de Lima, na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O encontro foi intermediado pelo presidente do TJMG, o desembargador Gilson Soares Lemes.
De acordo com o prefeito Alexandre Kalil, o financiamento desses leitos terá um custo total de R$ 76 milhões, sendo R$ 56 milhões pagos pela prefeitura e R$ 20 milhões pelo Governo do Estado. O aporte do Executivo virá do tesouro municipal e será pago em parcelas mensais de R$ 5,6 milhões, a partir de outubro.
“Hoje fechamos um acordo com a Santa Casa, é um legado que nós deixamos para a cidade. A partir do mês que vem, nós começamos a pagar a Santa Casa. Acho que diante de tanto sofrimento que essa cidade passou em 2020, isso é um presente porque saúde é presente. É uma coisa que nós temos a obrigação de dar para a população do Estado e da cidade. Estamos felizes porque temos condição de ajudar a Santa Casa”, disse.
Atualmente a Santa Casa tem um total de 1.150 leitos, incluindo esses 200 que precisaram ser abertos durante a pandemia. Porém, o provedor do hospital, Roberto Augusto de Lima, explicou que com a queda da Covid-19 na capital a instituição começou a ficar sem o financiamento desses leitos, que estava sendo feito pelo Município e pelo Ministério da Saúde.
“Esse acordo é muito importante. Na pandemia, a Santa Casa cresceu 200 leitos. E com o arrefecimento da pandemia nós estávamos ficando sem o financiamento desses leitos que estão funcionando desde março do ano passado. Mas, o município vai entrar com o recurso para mantermos esse legado conquistado durante a pandemia e à medida que os contratos forem vencendo (a cada dois anos), a gente vai renovando”, disse.
Segundo o secretário de saúde, Jackson Machado, esses leitos poderão ser usados de acordo com a demanda da capital e não necessariamente para atender somente casos de Covid. “Nós temos outras demandas importantes na saúde, temos a das cirurgias eletivas que estão paralisadas. Então, temos que pesar bem o benefício que a população vai aferir e estudar qual a melhor alternativa para que a saúde sempre saia ganhando”, afirma.