Congestionamentos diários, cruzamentos perigosos. Longe dos grandes corredores, motoristas e pedestres enfrentam problemas cotidianos no trânsito, e, muitas vezes, a solução está na ponta da língua e não demanda grandes obras ou investimentos. Um simples reforço na sinalização ou a alteração do sentido de uma via podem ser a chave para alguns gargalos de Belo Horizonte, onde quase 1,9 milhão de veículos fazem da mobilidade urbana um dos principais desafios da cidade.
Nos horários de pico, entrar e sair da rua José Cleto, no bairro Santa Cruz, na região Nordeste da capital, é quase impossível. Segundo moradores, as vias Jorge Angel Livraga e Manoel José da Silva, que cruzam com a rua no ponto mais movimentado, são estreitas e têm carros estacionados dos dois lados. Para eles, uma alternativa seria transformá-las em vias de mão única. “Ali virou rota para quem quer fugir do Anel, mas não tem sinalização nenhuma. Nós temos problema de manobra e atropelamento, e, às 7h, ninguém consegue andar”, conta o eletricista Paulo Geraldo Lacerda, 62, que já bateu o carro na rua. Os moradores pediram ajuda à Câmara Municipal para conseguirem melhorias na José Cleto, como faixa de pedestres e semáforo, além de reforço na sinalização.
Na região Leste, os motoristas enfrentam dificuldade para atravessar a rua Salinas. O problema ocorre, sobretudo, nos horários de pico, quando o semáforo na rua Floresta com a avenida do Contorno fecha para carros, e uma fila de veículos se forma na via, fechando o cruzamento com a Salinas. “Sempre tem acidente aqui, porque os motoristas que estão na Salinas e na Floresta querem passar ao mesmo tempo. Eu acho que, se houvesse um semáforo no cruzamento, reduziria esse problema”, pontua o comerciante Adriano Rodrigues, 30.
Paciência. Próximo dali, no bairro Colégio Batista, na região Nordeste, uma nova rotatória, implantada neste ano a pedido dos moradores, acabou piorando a situação, na opinião de alguns motoristas. Eles dizem que o espaço para a circulação de veículos ficou pequeno: os ônibus não conseguem fazer a curva e passam sobre os tachões – conhecidos como “olhos de gato” – que delimitam a rotatória. Além disso, muitos pais param na rua Saldanha da Gama, uma das saídas da rotatória, para desembarcar os filhos pequenos na escola, e a fila de carros causa congestionamentos. “Eu acredito que, se o sentido da rua fosse invertido, não atrapalharia tanto”, diz o taxista Carlos Rodrigo Bicalho, 50.
Quem também passa por um teste de paciência diário são os motoristas do bairro São João Batista, na região de Venda Nova, nos horários de entrada e saída dos alunos do Colégio Franciscano Coração de Maria. “Ficam muitos carros e vans parados. É difícil para quem está indo levar ou buscar o filho na escola ou entrar na garagem”, diz o voluntário da Comissão de Transporte da BHTrans Paulo Barzel. Pais de alunos e moradores da região enviaram um abaixo-assinado à BHTrans para pedir que as ruas Pastor Rui Franco e Santo Antônio de Lisboa passem a ser de mão única.
Palmares. Moradores reclamam que quem vai pegar a avenida Cristiano Machado pela Bernardo Vasconcelos, na região Nordeste, não tem para onde fugir do engarrafamento. A sugestão é a criação de um pequeno retorno no canteiro central embaixo do viaduto.
Jonas Veiga. Quem sai da rua Sargento João Ovídio enfrenta dificuldade na Taquaril, que tem grande movimento de carros, motos e ônibus e não possui semáforo. Moradores pedem a implantação de uma rotatória no cruzamento do bairro, na região Leste.
Cabana. Moradores sugerem a mudança de itinerário de uma ou mais linhas de ônibus que passam pela rua Independência, na região Oeste, que é estreita e palco de congestionamentos.