Uma pesquisa feita na região do Triângulo Mineiro aponta que, para o Natal, os comerciantes esperam que 56% das vendas sejam feitas via cartão de crédito, 40% sejam no carnê e apenas 4% à vista. Uma facilidade para as festas de fim de ano, mas que pode atrapalhar as contas no ano que vem.
De acordo com o economista e professor da Universidade Federal de Uberlândia André Telles, o ideal nessa época é evitar grandes parcelamentos, usar cartões de crédito com moderação e fugir dos cheques especiais. Os juros, que podem chegar a 8,9%, são os vilões.
De acordo com o especialista, hoje os parcelamentos são quase inevitáveis, pois as empresas já oferecem os produtos com os juros embutidos no preço, mesmo nos pagamentos à vista. “Não existe essa coisa de oferecer o parcelamento em três vezes no valor à vista. Certamente, ali estão embutidos os juros, pois ninguém vai passar 90 dias para receber o mesmo valor”, disse.
Caso seja possível, o recomendável é negociar valores à vista com descontos acima de 3%. E, se for parcelar, a soma de todas as prestações não pode ultrapassar 30% do orçamento pessoal. “Os parcelamentos foram criados porque o brasileiro tem baixo poder de compra, mas não se pode gastar o que não tem”, disse André Telles.
13º Salário
A chegada do 13º salário pode ser um incentivo para o consumo, mas, segundo André Telles, a prioridade é saldar dívidas e que uma parte do dinheiro extra seja guardado para as despesas do início do ano, como IPVA e materiais escolares. Caso não sobre nada, o consolo pode vir da tranquilidade financeira dos próximos meses.
Antigas promissórias no lugar do cartão
Um ano e meio depois de saldar uma dívida de R$ 2,4 mil, a assistente administrativa Danielle Mendes deixou de lado os cartões de créditos. Ela conta que o uso do chamado dinheiro de plástico era indiscriminado. “O cartão é que me levava para as compras”, disse.
Hoje, ela prefere compras à vista, mas como o parcelamento parece ser inevitável em determinadas situações, ela optou pelas antigas promissórias dos crediários de lojas. “É mais complicado, nem sempre consigo achar essa forma de pagamento para parcelar compras maiores, contudo meus gastos ficaram mais controlados e as parcelas menores”, afirmou. Ainda segundo ela, para as compras mais caras, o que vale é o velho hábito de juntar dinheiro até atingir o valor esperado.
fonte: Jornal Correio de Uberlândia