Pessoas em situação de rua são detidas por transtornos na rodoviária de Ituiutaba; questão é de ordem social

Central de Jornalismo

A Polícia Militar em Ituiutaba, no Centro de Registro de Ocorrência Policial – CROP, instalado nas dependências do Terminal Rodoviário de Ituiutaba, realizou uma operação na manhã desta segunda-feira, 30, por volta de 10h30, envolvendo pessoas em situação de ruas que, segundo a administração local, estão causando transtornos aos usuários do serviço de transporte rodoviário.

Foto: Pontal em Foco

Durante o procedimento, cinco homens foram conduzidos ao CROP, onde foram qualificados, assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência – TCO e foram liberados.

Segundo o subtenente, Marco Antônio, os abordados causam transtornos aos usuários do serviço público, sendo que várias são as reclamações feitas pela direção da empresa Tijucana, que administra o terminal rodoviário, e relata que funcionários e transeuntes comumente passam por situações diversas envolvendo moradores de rua. “Eles ficam no entorno, abordando as pessoas que chegam de viagem e que vão viajar, pedindo dinheiro, molestando as pessoas, trazendo intranquilidade para o local, gritando palavras de baixo calão. Várias prisões e apreensões já foram feitas envolvendo esses indivíduos, e a justiça de Ituiutaba não está tomando providências, a gente fica impotente por isso, sendo solicitado, tomamos providências e não há continuidade. A Polícia Militar fica enxugando gelo, pois os mesmos poderiam ser internados em clínicas de reabilitação, ou mesmo presos, nos casos em que trazem intranquilidade social para a população”, afirmou.

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Segundo o policial,  pelo menos uma vez por dia, é feito um registro por conta da situação. Ouça a entrevista com o militar no áudio.


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De acordo com o administrador do terminal rodoviária, Willian de Freitas, vários registros são feitos por parte da empresa em relação às pessoas que fazem o uso de bebida alcoólica e de substâncias ilícitas no entorno da praça. “Em determinado momento, quando eles precisam de dinheiro para alimentar o vício, eles descem para a rodoviária para pedir às pessoas que estão utilizando o terminal, de forma até intimidatória. Eles chegam impondo uma situação, para maioria de pessoas que estão aqui de passagem. Isso é ruim para a rodoviária, para a cidade e para as próprias pessoas”, contou.

Um fato que tem causado preocupação à direção do terminal está relacionado ao período da madrugada, quando o local serve de apoio para pacientes que tomam ônibus para seguir para tratamento médico em Barretos, estado de São Paulo. “São pessoas totalmente vulneráveis, e esses indivíduos também tem praticado intimidação contra elas, além disso, já registramos casos de assédio e insinuação para mulheres e menores de idade, até porque a pessoa quando está sob efeito de álcool ou entorpecentes, não tem controle de seus atos, e quem sofre são as pessoas de bem que passam por aqui todos os dias”, lamentou.

A Tijucana Concessões realiza um trabalho com placas e áudio orientando aos usuários do serviço para que não deem esmolas, e sim para que procurem a assistência social no intuito de buscar outras alternativas para ajudar as pessoas em situação de risco. “É preciso que os órgãos competentes acima da Polícia Militar façam sua parte dando continuidade ao trabalho, caso contrário, a situação se tornará insustentável”, ressaltou.

O Pontal em Foco esteve no local e verificou de perto o registro da ocorrência, há de se ressaltar que o problema tem maior cunho social do que jurídico, haja vista que o município de Ituiutaba não conta com locais específicos como albergues ou casas de acolhimento, que seriam primordiais para o auxílio das pessoas em situação de rua, onde poderiam receber auxílio para se alimentarem, dormirem, além de serem incluídos em programas sociais que busquem sua recuperação.

É necessário que a administração pública municipal verifique essas deficiências, e através da Secretaria de Desenvolvimento Social, tome medidas para solucionar ou pelo menos amenizar as dificuldades geradas com a referida situação. Certo é que utilizar apenas o Poder Judiciário para resolver uma questão de competência do Executivo não surtirá grande eficiência. No âmbito criminal, inserir pessoas em situação de rua no sistema prisional, que já possui falhas de superlotação, agravaria ainda mais o problema nos presídios, sem oferecer a devida ressocialização.

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Nossos representantes políticos devem buscar políticas públicas para a assistência social e psicológica voltadas a essas pessoas, no sentido da busca por reintegração, até mesmo para o mercado de trabalho, haja visto que na forma em que se encontram, infelizmente, oportunidades serão raríssimas, além do grande preconceito gerado a partir de uma aparência mal cuidada e de vários outros fatos. É preciso notar o contexto social que deu causa para que essas pessoas ali estejam.

TV Tudo Em Dia

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