As despesas da Petrobras com juros e encargos de dívida financeira registraram queda no terceiro trimestre de 2021. O valor somou US$ 669 milhões, 31,1% abaixo dos US$ 971 milhões gastos no mesmo período de 2020. De acordo com a companhia, na comparação dos nove primeiros meses de 2021 com igual período do ano passado, o recuo também é significativo. O total saiu de US$ 2,8 bilhões para cerca de US$ 2,3 bilhões, o que representa redução de 17,9%.
Para o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Rodrigo Araújo, a diminuição do gasto com serviço da dívida é mais uma demonstração do processo de reequilíbrio financeiro atingido pela Petrobras. Segundo Araújo, esses juros e encargos são referentes aos empréstimos que a empresa contraiu, valores que eram revertidos para credores.
“Agora, parte desses recursos estão disponíveis para alocação em projetos rentáveis e que geram valor para a companhia ou para serem distribuídos aos acionistas, sendo a sociedade brasileira a maior beneficiada, com cerca de 37% dos valores retornados, que se somam aos quase R$ 180 bilhões em tributos que esperamos pagar em 2021”, disse.
Conforme a Petrobras, a redução dessas despesas é mais um reflexo da queda expressiva do montante total da dívida da empresa. Em 2014, elas atingiram US$ 1,7 bilhão, por trimestre, somente em custos de financiamento e o montante total da dívida alcançou mais de US$ 130 bilhões. “Ou mais de US$ 160 bilhões ao se levar em conta também os afretamentos de plataformas de petróleo e outros ativos que passaram a ser considerados como dívida a partir de 2019 com a adoção do IFRS 16 [norma contábil internacional]”.
A empresa comentou que para muitos, essa dívida parecia impagável. “A Petrobras, no entanto, estipulou como meta a redução de sua dívida bruta total (financiamentos e arrendamentos) para US$ 60 bilhões, montante considerado saudável para uma empresa como a Petrobras, para final de 2022”, afirmou, acrescentando que recentemente, nos resultados do terceiro trimestre de 2021, tinha informado que “diminuiu sua dívida bruta para o valor de US$ 59,6 bilhões, atingindo, portanto, a meta estipulada com mais de um ano de antecedência”.