A Federação Única dos Petroleiros (FUP), órgão que representa os funcionários da Petrobras, convocou uma greve a partir das 23h30 desta terça-feira (29). A paralisação foi aderida por 13 sindicatos filiados à FUP, incluindo o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG), categoria que representa os petroleiros da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
A greve é uma resposta ao governo depois do anúncio da venda de quatro refinarias da Petrobras: Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco; Landulpho Alves (RLAM), na Bahia; Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul, e Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
As principais exigências do movimento são: a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, o fim às privatizações e ao desmonte da Petrobrás e a demissão do presidente da estatal, Pedro Parente.
De acordo com o coordenador da Sindipetro-MG, Anselmo Braga, a intenção é que o sindicato controle a produção da refinaria até ela chegar aos 100% para que o mercado interno fosse atendido. Segundo ele, caso as reivindicações não sejam atendidas, os petroleiros vão derrubar a produção até onde a lei permite e haverá o controle dos caminhões que entrarão na refinaria para buscar combustíveis, como os destinados ao serviço público.
O coordenador lembrou que quando a refinaria está em condições “normais”, o transporte de combustíveis é feito por meio de dutos que saem da Regap até as distribuidoras, o que torna desnecessária a ida de caminhões até a refinaria, fato que acontece somente em casos excepcionais como está acontecendo com a greve dos caminhoneiros.
“Hoje em dia 40% do consumo da Petrobras é importado. Queremos o fim da política de preços baseado no mercado internacional. O que a gente reivindica é o controle da produção e que a Petrobras não seja privatizada, que é acontece desde quando o Pedro Parente assumiu a presidência”, disse Braga.
A categoria se reuniu na porta da Regap no início da manhã para conversarem sobre as medidas que serão tomadas durante a greve. Segundo Anselmo Braga, quase 100% dos empregados vão aderir à paralisação.