A Polícia Federal (PF) apresentou um relatório contundente em que conclui que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “planejou, atuou e teve o domínio direto e efetivo dos atos executórios” relacionados à tentativa de golpe de Estado. O documento, que embasa o pedido de indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, aponta que a organização criminosa tinha como objetivo abolir o Estado Democrático de Direito.
De acordo com a PF, o golpe não se concretizou devido a “circunstâncias alheias” à vontade de Bolsonaro. A investigação revelou ainda que o ex-presidente utilizou sua posição para criar e disseminar a falsa narrativa de vulnerabilidade e fraude no sistema eletrônico de votação desde 2019. O intuito era preparar o terreno para questionar os resultados das eleições de 2022, onde foi derrotado, e justificar ações subsequentes.
Relatório Tornado Público
A decisão de tornar público o relatório foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento já foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se oferecerá denúncia formal contra Bolsonaro e os demais investigados.
Bolsonaro se Defende
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (25), Bolsonaro se declarou inocente e afirmou ser vítima de perseguição política. “Essa investigação não passa de uma tentativa de calar a oposição e desviar a atenção dos reais problemas do país”, disse o ex-presidente a jornalistas.
Contexto Histórico
O relatório da PF se soma a uma série de investigações que miram figuras-chave do governo Bolsonaro. A tentativa de golpe é mais um episódio que destaca o impacto da polarização política no Brasil e reforça a importância de proteger as instituições democráticas.
A decisão da PGR será crucial para os desdobramentos do caso, podendo marcar um divisor de águas na política brasileira.