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“PF não é órgão de inteligência da presidência”, Moraes ao suspender nomeação de Ramagem

Central de Jornalismo

A poucas horas da cerimônia de posse, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, suspendeu de forma liminar, o decreto de nomeação de Alexandre Ramagem, como novo diretor-geral da Polícia Federal.

A decisão atende ao mandado de segurança feito pelo PDT, nessa terça-feira, alegando que a indicação revela “abuso de poder” e desvio de finalidade. O partido reconhece que o presidente da República tem direito de nomear cargos públicos federais, desde que isso não desvie a finalidade da nomeação, que deve ser o interesse público e não particular.

Alexandre de Moraes cita o pedido do PDT que menciona as declarações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, durante pronunciamento para se demitir do cargo, após a troca de comando na PF. Na ocasião, Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro queria interferir diretamente na Polícia Federal, por meio da nomeação de Ramagem como novo titular da instituição.

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Ainda na liminar, Moraes argumenta que cabe ao judiciário “impedir atos incompatíveis com a ordem constitucional, inclusive garantir o princípio da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e do interesse público”. Para ele, a nomeação de Ramagem para o cargo de diretor-geral da PF configura “desvio de finalidade do ato presidencial”, sem que sejam respeitados os princípios citados.

No episódio mencionado pelo ministro do Supremo, Sérgio Moro afirmou que havia a intenção do Presidente da República em “ter uma pessoa do contato pessoal dele” ou ter a quem “pudesse ligar, para colher informações e relatórios de inteligência”. Após mensagens divulgadas por Moro a veículos de comunicação, Alexandre de Moraes argumenta que o presidente não veio a público desmentir e citou a existência de “fotografia na intimidade”, em que aparece Ramagem na presença de dois filhos do presidente.

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Por fim, o ministro cita que a Polícia Federal não é um órgão de inteligência da presidência da República, mas exclusivo para funções de polícia judiciária da União. A decisão do ministro é provisória, e o assunto ainda será julgado em plenário.  A posse de Ramagem como novo diretor da PF estava agendada para hoje à tarde, no Palácio do Planalto, junto com a posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça. Até o momento, o Palácio do Planalto e o Ministério da Justiça não se manifestaram sobre a suspensão.

TV Tudo Em Dia

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