Pelo menos cinco pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira, suspeitas de envolvimento com o tráfico de mulheres e meninas para prostituição. Os suspeitos foram presos em operação nomeada Ateneia, nas cidades de Frutal e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, Aparecida do Taboado (MS), Paranaíba (MS) e Araguaína, no norte de Palmas (TO). Segundo a PF, eles estão detidos na Casa de Custódia de Araguaína.
Três bordéis foram fechados e cerca de 30 mulheres foram libertadas dos locais. O Juizado da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar avaliam a situação das adolescentes.
De acordo com a PF, a líder da quadrilha é proprietária da casa de prostituição, e o filho dela ajudava na administração dos bordéis e falsificava documentos. Segundo a denúncia, o grupo aliciava adolescentes em portas de escolas, praças, lanchonetes e mulheres eram abordadas em bares e boates.
Conforme as investigações da PF, os suspeitos ofereciam empregos falsos ou falavam de prostituição abertamente. As adolescentes eram geralmente enganadas e a quadrilha falsificava documentos para despistar as autoridades durante a viagem.
Para atrair as mulheres, os aliciadores davam passagens, alimentação e dinheiro para que elas seguissem até Minas ou Mato Grosso do Sul e comprassem roupas e acessórios. Os suspeitos ganhavam um percentual por cada garota que conseguiam integrar ao grupo.
A polícia informa que, quando chegavam ao local de trabalho, as mulheres eram informadas que tinham que pagar uma dívida, eram vigiadas e sofriam até agressões físicas. Para dificultar a fuga e para que elas não criassem vínculos nos bordéis, os suspeitos faziam um rodízio de garotas nas casas de prostituição de Frutal, Aparecida do Taboado e Paranaíba.
A polícia estima que a cada semana a quadrilha integrava ao grupo uma nova mulher, ou seja, quatro por mês e quase 50 por ano. A PF calcula que, desde o início do ano passado, mais de 80 garotas foram exploradas sexualmente.
A PF suspeita, ainda, que a quadrilha possa ter envolvimento no assassinato de um de seus integrantes, que teria delatado a ação do grupo e o esquema de falsificação de documentos. Depois de ajudar a polícia nas investigações, o corpo dele foi encontrado às margens do Lago Azul, em Araguaína, alvejado por tiros de arma de fogo.
Com a operação, a polícia tem o objetivo de fazer com que as vítimas retornem para casa.
Foto: Imagens ilustrativcas.