Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Federal (PF) executou mandados de busca e apreensão contra ex-diretores e pessoas ligadas à Americanas. Cerca de 80 policiais federais cumpriram dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores localizadas no Rio de Janeiro.
A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores, somando mais de R$ 500 milhões.
A operação, batizada de “Disclosure”, visa dar transparência à situação econômica da empresa. Entre os alvos estão o ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali, ambos com mandados de prisão preventiva. Os dois deixaram o Brasil e são procurados.
Os outros alvos incluem Anna Christina Soteto, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Christina do Nascimento, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco.
A ação da PF tem como base acordos de colaboração premiada de Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, e Flávia Carneiro, responsável pela Controladoria da B2W. A investigação revelou que as irregularidades praticadas visavam alcançar metas financeiras internas e fomentar bonificações, manipulando e aumentando ilicitamente o valor de mercado das ações da empresa.
Os crimes investigados incluem manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e associação criminosa, com penas que podem chegar a 26 anos de reclusão. A operação foi autorizada pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
O rombo nas contas da Americanas foi revelado no início de 2023, com inconsistências contábeis de mais de R$ 20 bilhões, levando a empresa a entrar em recuperação judicial. Estudos internos apontaram que as inconsistências eram fraudes contábeis cometidas por ex-funcionários da empresa.