A Policia Civil apresentou, nesta quinta-feira (8), na Delegacia Regional de Betim, três homens suspeitos de envolvimento no assassinado do cabo Jorge Luiz Santos Oliveira, 42. O policial militar foi morto no dia 9 de janeiro, com um tiro no peito, em frente a uma oficina mecânica, no bairro Recreio dos Caiçaras. Oliveira, que era policial há cerca de 20 anos, estava de folga no dia em que foi morto.
A investigação sobre o crime durou cerca de um mês. Segundo o delegado Álvaro Huertas, responsável pelo caso, a vítima conversava com conhecidos em frente a essa oficina, quando Jean Brenner Arcanjo e Ítalo Agostini Pereira dos Santos, ambos de 24 anos, se aproximaram com a intenção de roubar o veículo Honda Civic de propriedade do policial, além de aparelhos celulares. O terceiro envolvido, Matheus Rodrigues, 26, ficou dentro do carro, para dar fuga aos suspeitos, segundo a polícia.
“Ítalo chegou por trás do militar e Jean, que estava armado, ficou na frente do cabo. Logo após anunciar o roubo, Ítalo levantou a camisa do PM e viu que ele estava armado. Nessa hora, o cabo Jorge tentou sacar a sua arma, mas foi baleado no peito por Jean. Logo após o crime, Ítalo saiu correndo e Jean, que disparou contra o militar, voltou para o carro e fugiu junto com Matheus”, contou o delegado. “Está sendo usual os bandidos pedirem para as vitimas levantarem a blusa nos assaltos. É uma forma deles verificarem se as vítimas estão armadas”, completou Huertas.
Rodrigues foi preso na Rodoviária de Belo Horizonte, tentando fugir para São Paulo. Ele confessou participação no crime, mas se disse arrependido. “Seu eu pudesse, tinha ficado em casa. Não tinha participado disso. Estou arrependido, de coração. Estava passando dificuldade financeira e devendo R$ 500 de aluguel, por isso, resolvi participar do assalto”, justificou-se o suspeito de 26 anos.
Santos se apresentou à polícia, em Matozinhos, na região metropolitana. Já Arcanjo se entregou na delegacia de Betim, na terça (6). Os dois não quiseram dar informações sobre o crime a reportagem. Eles disseram que falarão somente em juízo. Os três suspeitos foram encaminhados para o Ceresp Betim. A arma e o celular do cabo não foram encontrados.
Passagens
Rodrigues não tinha passagens. Santos e Arcanjo já foram presos por roubo.
Retaliação após morte de policial é investigada
Dois dias após o assassinato do cabo, oito áudios de WhatsApp, que indicariam uma retaliação contra a morte do militar, viralizaram na web. Na época, uma onda de violência se espalhou por Betim. Somente na semana posterior a morte dele, foram registrados 11 homicídios e sete tentativas de assassinatos na cidade. “A Delegacia de Homicídios de Betim está investigando se esses crimes têm relação com a morte do PM. Assim que eles tiveram uma conclusão, devemos divulgar a apuração”, disse Álvaro Huertas, da 2ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Betim.