Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira, 13, a Polícia Civil de Uberlândia deu mais detalhes do caso da mulher de 49 anos que foi torturada e mantida em cárcere privado pelo próprio marido e teve parte de uma perna e dedos de um pé amputados.
A Delegada Alessandra Rodrigues da Cunha, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, confirmou que o crime aconteceu na noite de 18 de maio e que o suspeito, Hamilton Donizette Martins, teria agredido a vítima com diversos pontapés na região de suas pernas. Durante as agressões, ele ainda teria utilizado botas com pontas de ferro para agravar as lesões.
Ainda de acordo com o depoimento prestado pela vítima, ela era companheira de Hamilton há 12 anos e relatou que ele era bastante agressivo, especialmente após fazer uso de bebidas alcoólicas. E que as agressões ocorreram após ele chegar em casa embriagado e iniciar uma discussão por motivo considerado banal.
Cunha também confirmou que o homem tomou o celular da mulher para que ela não relatasse nada para seus familiares e que apenas a encaminhou para atendimento quando a sua situação de saúde já era grave, o que resultou na amputação de parte de seus membros.
A delegada explicou que até mesmo os familiares da vítima mostraram apreensão com o suspeito.
“Depois dele ser solto na audiência de custódia, que foi o fundamento que usamos pra representar a (prisão) preventiva dele, chegou ao nosso conhecimento que ele chegou a rondar a casa dos familiares da vítima. E como ele é chaveiro, as vítimas passaram a ter bastante medo, por que ele poderia entrar na casa de qualquer um, a qualquer hora”, disse Cunha.
Por fim, a delegada explicou que considerou o Hamilton uma pessoa fria e que ele entrou em contradição em seus depoimentos.
“No dia da prisão, ele falou que o motivo que ela iria perder as pernas seria por que ela tem problema de circulação. E hoje, em declarações prestadas na delegacia, ele afirmou que ela nunca teve nenhum tipo de problema de saúde. Quer dizer, a amputação realmente ta de acordo com o prontuário médico”, explicou Cunha.
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Informações: Carlos Vilela