A Polícia Federal (PF) fez um mapeamento dos locais onde ocorrem a venda e o consumo de drogas dentro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O resultado da ação, denominada “Operação Atalaia” e que começou em agosto deste ano, foi divulgado nesta sexta-feira (25) pelo delegado chefe da PF de Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo.
De acordo com o delegado, tanto os usuários quanto os traficantes foram identificados, dentre eles, alguns menores de idade. “Alguns já foram presos, mas infelizmente vai acontecer a reposição desses indivíduos”, disse.
Segundo D’Ângelo, se a comunidade acadêmica tolera que os alunos usem drogas dentro da universidade, consequentemente isso levará a furtos e outros atos ilícitos e criminosos. “As nossas investigações concluíram que a questão da UFU é muito mais institucional do que de polícia e essa ideia de que a polícia não entra no campus é mentira”, afirmou.
O delegado informou ainda que, além dos acadêmicos, outras pessoas que não têm qualquer vínculo com a instituição também frequentam o campus da UFU para comprar e consumir drogas. “O uso de drogas é ilícito e, no caso dos estudantes, eles podem ser responsabilizados administrativamente, inclusive podendo ser expulsos da universidade. A direção tem que chamar seu corpo discente e docente e discutir o que eles querem lá dentro”, disse.
Competência
De acordo com o delegado chefe da Polícia Federal (PF) de Uberlândia, Carlos Henrique Cotta D’Ângelo, é preciso ficar claro para a comunidade que a PF não tem a missão constitucional de polícia de patrulhamento. “Mas isso não nos impede de fazer patrulhamento em qualquer lugar do Brasil“, afirmou D’Ângelo. Segundo o delegado, a UFU tem seis vezes mais o número do efetivo da PF, que é menor que 60 homens e que atende 60 municípios. “Não é o nosso papel. Poderíamos fazer, mas não temos condições para isso”, disse.
Com relação à alegação da Polícia Militar (PM) de que não era papel da corporação fazer o patrulhamento na UFU por se tratar de uma área federal, conforme divulgado nesta quinta-feira (24), o delegado D’Ângelo afirmou ser uma argumentação inadmissível. “Estamos falando de uma área pública de uso comum. A PM só precisaria de autorização do reitor caso fosse usar instalações ou edificar, mas entrar, patrulhar e prender pode ser na hora que quiser, sem ter que pedir autorização a ninguém. E isso é valido para a PM e PF”, afirmou.
Correio de Uberlândia