A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a origem da bala perdida que atingiu a cabeça de uma mulher enquanto ela estava comemorando o Ano-Novo em um bar no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, na madrugada de segunda-feira (1º). O projétil não atingiu o cérebro da vítima por quatro milímetros. Há suspeita de que o incidente aconteceu após alguém celebrar a virada do ano atirando para o alto.
De acordo com informações do major e comandante da 126ª companhia do 5º batalhão da Polícia Militar, Anderson Bima Celante, a servidora pública Paula Puntel Candiotto de Carvalho, de 32 anos, aproveitava a confraternização com amigos e parentes quando de repente reclamou de uma forte dor na cabeça e chegou a ficar desacordada.
“Quando ela caiu, o marido dela tentando reanimá-la e percebeu que havia uma coisa dourada presa na cabeça dela. Os próprios amigos a levaram para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, e chegando lá foi constatado que seria um projétil de revólver que estava no couro cabeludo da vítima”, contou o major da Polícia Militar.
“Entrou na cabeça e ficou um pouco para fora. Não sangrou. Gente, foi horrível. Uma bala enfiada na cabeça dela de repente”, relembrou uma amiga da vítima, que estava com ela no momento do disparo. “A bala não entrou no cérebro dela por quatro milímetros. Ficamos todos em estado de choque. Eu, que estou grávida de sete meses, passei mal o dia inteiro, estou em estado em choque”, completou.
Tiro de longe
Ainda segundo o policial, o disparo possivelmente saiu de algum lugar distante do bar. “Não foi algo direcionado para a vítima, nem mesmo para os clientes daquele bar. Foi algo isolado, alguém que deu um tiro para o alto, e o projétil atingiu a mulher. Nunca registramos um fato desse tipo na região. Por sorte não aconteceu algo mais grave”, disse. Conforme o militar, a vítima provavelmente não teria sobrevivido se o disparo tivesse ocorrido de uma distância menor.
Até o fim da tarde desta terça-feira (2), havia boatos de que o disparo teria partido de um dos prédios da avenida Aggeo Pio Sobrinho, onde fica também o bar em que o grupo de Paula Carvalho estava, mas o militar disse que essa e outras possibilidades ainda serão investigadas pela Polícia Civil e que ainda não há confirmação da origem do disparo.
Retranca
Imagens das câmeras de segurança do bar em que a servidora pública Paula Puntel Candiotto de Carvalho estava e dos equipamentos do Olho Vivo da região do Buritis serão analisadas por policiais para ajudá-los na tarefa de descobrir de onde veio o disparo que atingiu a cabeça da mulher na festa da virada do ano.
Segundo o dono do bar, porém, o disparo em si não foi capturado por suas câmeras. “O fato ocorreu por volta de 0h50. Mas a câmera é direcionada para a porta. Depois (do incidente), liguei para o dono do bar ao lado, que estava fechado nos últimos dias. Ele me disse que, infelizmente, também não conseguiria as imagens, porque desligou as câmeras antes de sair”, afirmou o proprietário, que preferiu não ser identificado.
Couro cabeludo
A servidora pública não precisou passar por cirurgia para a retirada da bala porque o projétil ficou alojado no couro cabeludo, superficialmente. “Quando fomos verificar o ferimento, vimos um metal dourado saindo da cabeça dela e percebemos que se tratava de uma munição presa ao crânio dela e fizemos a retirada”, explicou um funcionário do Hospital João XXIII, que pediu anonimato.
Disparo é crime
O major da PM Anderson Bima Celante explicou que, se identificado, o responsável pelo tiro pode responder criminalmente, por exemplo, por disparo de arma de fogo em via pública e por lesão corporal. Uma amiga da vítima disse que se surpreendeu e se revoltou porque o ambiente era familiar e havia até mesmo cama elástica para crianças que estavam no local.