A Polícia Civil prendeu um homem de 35 anos, identificado pelo apelido de “Lila”, apontado pela instituição como um dos chefes da “Gangue do Quequeto”, que atuava e causava pânico a moradores da Vila Pinho, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (12), o delegado Domênico Rocha informou que Lila era o último dos chefes da organização que estava solto.
As operações começaram no ano passado quando, após o assassinato de um criminoso no aglomerado durante confronto com a Polícia Militar, bandidos ordenaram o toque de recolher. “No dia seguinte à morte desse criminoso, nós prendemos o ‘Vetinho’, que é irmão e braço direito do Quequeto, que é o líder. O toque de recolher foi para mostrar força no local. Cerca de seis meses depois foi a segunda fase da operação, quando prendemos o ‘Luquinha'”, explicou o delegado.
Luquinha, segundo a polícia, foi o responsável por dilacerar com a machadinha o braço de um morador. À época, a vítima tinha se desentendido com a companheira e a Polícia Militar foi acionada.
“Enquanto a polícia estava presente (por causa da briga de casal), os criminosos não conseguiram vender droga. Depois que a polícia foi embora, eles foram até a casa do morador cobrando o prejuízo. O morador se negou a pagar e arrancaram o braço dele”, detalhou o policial.
Na terceira fase da operação, realizada nessa terça-feira (11), foi cumprido o mandado de prisão de Lila, que estava dormindo no momento da chegada das equipes policiais. Ele era o único “cabeça” do bando que estava em liberdade. Outras duas mulheres também foram presas no aglomerado suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas.
Quequeto está preso no Norte de Minas
Com um perfil violento, Quequeto, chefão do esquema, está preso com mais dois comparsas no Norte de Minas há mais de dois anos. No entanto, mesmo de dentro da prisão, ele dava ordens que eram cumpridas na Vila Pinho por Lila e outros comparsas dele.
Soldados e gerentes do tráfico expulsavam moradores de apartamentos
Durante a investigação, a Polícia Civil descobriu que moradores de conjuntos habitacionais eram expulsos de seus imóveis pelos “gerentes e soldados do tráfico”. Eles invadiam os locais durante a madrugada e afirmavam que os moradores tinham menos de 24 horas para sair. Caso contrário seriam assassinados.
Com os imóveis vazios, os bandidos guardavam drogas, armas ou alugavam os apartamentos para terceiros.
Situação de tortura eram filmadas para “servir de exemplos”
Casos de torturas também foram registrados na vila quando, Os crimes eram cometidos, filmados e espalhados em grupos de WhatsApp para “servir de exemplo”.
“Teve um adolescente que perdeu uma quantidade grande de drogas, deixou de pagar e foi amarrado em uma árvore. Eles matariam esse menino e iam espalhar partes do corpo dele pela favela inteira. Teve uma outra situação de uma mulher que teve a cabeça raspada com a faca a mando de uma das companheiras do Quequeto. Em outra situação, uma mulher foi agredida a pauladas, chinelada e pedradas”, afirmou o delegado.
Lila foi encaminhado ao sistema prisional. Mesmo com as prisões de todos os chefes do tráfico, o monitoramento vai continuar na Vila Pinho para que os moradores possam ter tranquilidade no local.
“Continuamos monitorando quem são as pessoas que, eventualmente, possam querer acender nessa escala do crime. Vamos evitar novas organizações criminosas voltem a se instalar ali”, finalizou o policial.