Profissionais da Polícia Civil (PC) do Estado, representados pelo Sindicato dos Servidores da Polícia do Estado de Minas Gerais (Sindpol-MG), anunciaram, durante assembleia realizada nesta quarta-feira (15), em Belo Horizonte, a deflagração da greve estadual da categoria, a partir do próximo sábado (18) de Junho de 2016. O encontro contou com representantes de Uberlândia, que votaram a favor do movimento no município.
Os servidores afirmam que há 1 ano e cinco meses eles tentam negociar com o governo estadual melhorias em seus planos de carreira, que incluem pedidos de reestruturação geral de cargos, aumento do efetivo e remuneração.
A paralisação afeta o serviço de, aproximadamente, 300 servidores da comarca de Uberlândia, cujas carreiras incluem escrivães, peritos, investigadores e médicos legistas. Serviços como processos administrativos no Departamento de Trânsito (Detran), identificação criminal e procedimentos no Instituto Médico Legal (IML) serão prejudicados. Apenas 30% das atividades serão executadas.
Para um dos diretores do Sindpol, Lucas Vasconcelos, em Uberlândia, o policial civil de Minas Gerais é um dos mais desvalorizados do Brasil. “Também temos tratamento inferior em comparação a outros órgãos mineiros, como Polícia Militar (PM) e Corpo de Bombeiros. Nosso nível é técnico científico em terceiro grau e ganhamos o mesmo de um soldado raso da PM”, disse.
Vasconcelos afirmou, também, que outros motivos para o movimento foi a falta de pagamento do auxílio fardamento, remuneração anual de 40% do salário para a compra de vestimentas de ofício, além de outros fatores que, segundo ele, depreciam o órgão. “Pedimos apoio da população e deixamos claro que todo o movimento obedece a legalidade, mas é preciso ver que estamos com matriz salarial atrasada e estrutura precária de trabalho”, disse.
Delegados
Os delegados, representados pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepominas), também apoiam o movimento e pedem mudanças específicas em suas carreiras, como a equiparação salarial da classe com representantes da defensoria pública.
Movimento precisa notificar órgãos oficiais
Para a paralisação ter validade, os representantes sindicais precisam notificar, oficialmente, em uma antecedência mínima de 48 horas, uma série de órgãos no estado. Por lei, o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o Ministério Público, o comando máximo da Polícia Civil, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e o governador Fernando Pimentel precisam receber a documentação do aviso de greve.
O delegado-geral do 9º Departamento de Polícia Civil, Hamilton Tadeu de Lima, afirmou que ainda não recebeu confirmação jurídica do movimento no município. Ele disse que prefere se pronunciar sobre a situação quando houver definições oficiais sobre a greve.