Policiais penais fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (21), em frente ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, para pedir a ampliação da vacinação da categoria contra a Covid-19.
De acordo com o Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen), um memorando editado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerias (Depen-MG) determina que a vacinação dos policiais penais seja interrompida no Estado, após os servidores da lista de prioridades serem imunizados.
Na porta do Ceresp Gameleira, com auxílio de um som, os policiais penais fizeram gritos de ordem e utilizaram faixas tratando sobre a demanda.
“Soltaram um memorando falando que a partir de agora os policiais penais estão impedidos de serem vacinados até a segunda ordem. Os policiais penais estão trabalhando nos 853 municípios do Estado de Minas Gerais, e soltam um memorando desse, sem explicação. A categoria quer uma resposta. Na PM, por exemplo, já vacinaram do soldado ao coronel. Na Polícia Civil, do investigador ao delegado, e a na Polícia Penal estão fazendo isso”, disse o presidente do Sindppen, Jean Otoni.
De acordo com o sindicato, pelo menos 15 policiais penais no estado já morreram por conta de complicações da Covid-19. Caso um cronograma de vacinação não seja apresentado, os policiais penais cogitam uma paralisação no Estado. “Não vamos parar. Se precisar, nós faremos o indicativo de paralisação, porque dessa forma não dá. A vida em primeiro lugar. Estamos sendo tratados diferentemente das outras forças de segurança”, disse Jean Otoni.
Governo
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) pontuou que até esta sexta-feira (21), 5.842 policiais penais já foram vacinados contra a Covid-19 no Estado, o que representa 35,8%. Além disso, 633 servidores da área da saúde que trabalham em unidades prisionais também foram imunizados, o que significa 56% do total.
A pasta disse ainda que a vacinação dos profissionais das Forças de Segurança do Estado – polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo – segue critérios determinados pelo Ministério da Saúde, por meio da Nota Técnica 297/21.
A secretaria também ressaltou que o protesto não interferiu no fluxo de presos na unidade
Veja a nota da Sejusp na íntegra:
A vacinação dos profissionais das Forças de Segurança do Estado (polícias Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo) segue critérios determinados pelo Ministério da Saúde, por meio da Nota Técnica 297/21. As prioridades são as seguintes: trabalhadores envolvidos no atendimento e/ou transporte de pacientes, trabalhadores envolvidos em resgates e atendimento pré-hospitalar, trabalhadores envolvidos diretamente nas ações de vigilância das medidas de distanciamento social, com contato direto e constante com o público independentemente da categoria.
Sobre os policiais penais, esclarecemos que, no grupo prioritário A (transporte de pacientes) estão incluídos profissionais envolvidos em escoltas hospitalares do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e no grupo D (vigilância do distanciamento social), aqueles que trabalham em unidades classificadas como portas de entrada do prisional. Esse grupo é prioritário na vacinação, que segue à medida que novas doses cheguem e estejam disponíveis. A vacinação é conduzida pelas Prefeituras.
Um balanço realizado pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), aponta que 22 unidades prisionais, entre presídios e penitenciárias, já tiveram 100% dos policiais penais imunizados com, pelo menos, a 1ª dose da vacina contra a covid-19. Até esta sexta (21/5), 35,8% dos policiais penais (5.842) e 56% dos servidores da área de Saúde (633) que atuam nas unidades estaduais já haviam sido vacinados.
Vale destacar que a manifestação não impediu o fluxo de presos na unidade prisional.