O policial civil que organizou uma “vaquinha” para fazer compras para um homem detido depois de furtar 2 kg de carnes de um supermercado no Distrito Federal, afirma que ficou impressionado com as necessidades enfrentadas por pai e filho.
Em depoimento à polícia, o eletricista, de 45 anos, contou que perdeu o emprego e vive com R$ 70 do Programa Bolsa Família. Há dois meses ele não consegue trabalho e, desesperado, resolveu esconder uma peça de carne em uma sacola para fazer comida para o filho. Ao perceberam que ele falava com sinceridade, os policiais resolveram checar a história.
Ao chegarem à casa do homem, preso nessa quarta-feira (14), o agente Ricardo Machado de Almeida e outros agentes da 20º Delegacia de Polícia do Gama (DF), encontraram uma situação de extrema necessidade.
— Não tinha comida, não tinha material de limpeza, não tinha produto de higiene, não tinha gás, sal para cozinhar, não tinha sequer uma pasta dentes.
Os policiais decidiram recolher dinheiro para fazer compras e ajudar o eletricista depois que ele passou mal ao prestar depoimento à polícia. O homem afirmou que não comia há 2 dias porque só conseguiu comprar comida para o filho. Depois de comer um lanche pago pela equipe policial, ele afirmou que vivia de “bicos” e não tinha dinheiro para sustentar a casa.
Nessa quarta-feira, com R$ 14 o homem foi ao supermercado, mas não teve condições de comprar a carne. Após ser flagrado com o produto na sacola, os seguranças do supermercado o renderam e chamaram a polícia. Na delegacia, os agentes ficaram comovidos.
— Nós resolvemos checar se era verdade a história que ele contava e dissemos a ele que o levaríamos até a sua casa e vimos que era verdade. Ele é uma pessoa muito humilde. Resolvemos ir ao supermercado e lá ele escolhia as coisas mais baratas, menores e sempre agradecendo muito, conta Ricardo Almeida.
Uma agente pagou a fiança de R$ 270, arbitrada ao homem na delegacia. Ele vai responder pelo crime de furto, com pena prevista de um a quatro anos de prisão.