UBERLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO – Mais um policial civil foi preso pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em Uberlândia suspeito de envolvimento na Operação “Serendipity”. O policial se apresentou na promotoria nesta segunda-feira (11). Ele já era investigado pelo MP suspeito de extorsão, corrupção passiva e ativa, organização criminosa, obstrução da Justiça, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
As investigações começaram em novembro de 2015. Até agora, nove policiais, sendo um delegado, foram presos suspeitos de envolvimento no caso. A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil em Belo Horizonte, que confirmou que o policial se apresentou no MPMG em Uberlândia juntamente com um advogado e que foi realizado um mandado de busca e apreensão na casa dele.
Segundo os promotores que investigam o caso, ele e outros quatro suspeitos – já presos – são acusados de colocar maconha em um veículo apreendido por chassis adulterados, em agosto do ano passado. A investigação apontou que o carro avaliado em R$ 120 mil seria usado como viatura pelos suspeitos. Uma mudança na lei em 2012, possibilitou o uso de carros apreendidos por tráfico de drogas pela força policial.
“As investigações seguem em segredo de Justiça. O policial preso hoje será indiciado por corrupção passiva, falsidade ideológica e tráfico de drogas”, finalizou o promotor Daniel Marotta Martinez.
A ação do MPMG recebeu nome de “Serendipity” que significa algo que foi descoberto por acaso. O MP disse que celulares, documentos, computadores, procurações e outros objetos foram apreendidos e delações premiadas de presos nas operações “Catira” e “Fideliza” ajudaram na prisão dos suspeitos. A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou, na ocasião, que a operação foi resultado de uma investigação realizada em parceria entre a Corregedoria da Polícia e o MPE.
As investigações prosseguem também para apurar lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Caso fique comprovado o envolvimento dos policiais nos atos ilícitos, serão adotadas medidas disciplinares que poderão resultar até em demissão.
Conforme o inquérito da Promotoria, os policiais faziam uma investigação paralela à da Polícia Federal (PF) e mapeavam duas organizações criminosas que atuavam no roubo de cargas na região. Em seguida, eles faziam o flagrante dos criminosos e subornavam para que pudessem ser liberados, forjando o boletim de ocorrência.
Durante coletiva de imprensa sobre o assunto em junho, os promotores responsáveis pela investigação informaram que delações premiadas e escutas telefônicas ajudaram na prisão dos policiais. Após o processo ser remetido à Justiça, os suspeitos podem responder por extorsão, corrupção passiva e ativa, organização criminosa, obstrução da Justiça, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Reportagem: Bárbara Almeida / G1