Diversos sites, como o Central da Pauta, tem analisado as mudanças demográficas no Brasil ao longo dos últimos anos. E o que se constata é que a população do país está diminuindo, fenômeno que tende a aumentar nas próximas décadas.
De acordo com Country meters, que realiza contagens populacionais e análises estatísticas baseados em dados do Departamento de Assuntos Econômicos das Nações Unidas, a população brasileira será de 180 milhões de habitantes em 2100, cerca de 25 milhões a menos do que há atualmente.
As contas foram feitas baseadas na população atual do Brasil, estimada em 215 milhões de habitantes. Interessante notar que o crescimento populacional prossegue por alguns anos, mas começa a cair em seguida.
Vamos aos dados: em 2025, a população será de 220 milhões de habitantes. Quinze anos depois, em 2040, esse número vai saltar para 231 milhões de brasileiros. O aumento vai até 2045, quando estima-se que o país terá em suas terras 232 milhões de habitantes.
A partir de 2050, a curva de crescimento populacional começa a cair, com uma média de 2,5% na contagem deita de 5 em 5 anos até 2100. Neste ano, a população estimada será de 190 milhões de brasileiros.
Os números descritos pela ONU encontram semelhança a estudos recentes promovidos pelo IPEA ( instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Uma pesquisa divulgada em outubro do ano passado também mostrou um decréscimo populacional no Brasil nas próximas décadas.
Para elaborar o estudo, as pesquisadoras Gabriela Bonifácio e Raquel Guimarães utilizaram como base três cenários brasileiros. No primeiro, considerou-se a hipótese de continuidade das tendências de projeção realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), como níveis de fecundidade de 1,6 por mulher e aumento da longevidade.
“Estudos de longo prazo para crescimento da população não são tão frequentes, mas são importantes para verificar o impacto demográfico para o regime previdenciário. O estudo vai ser base para os estudos de Previdência e de mercado de trabalho do Ipea. Esta foi justamente a demanda da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas”, afirmou recentemente Raquel Guimarães em entrevista ao Valor Econômico
No segundo cenário, a fecundidade cai para níveis abaixo daqueles previstos pelo IBGE, o mesmo ocorrendo com a mortalidade. Neste caso, a expectativa de vida também é maior que o previsto pelos estudiosos.
No terceiro cenário, as pesquisadoras não alteraram de maneira significativa as taxas de fecundidade entre os brasileiros.
“O Brasil se difere dos países desenvolvidos justamente porque tem que lidar com os desafios de uma população envelhecida em um horizonte muito menor de tempo”, complementou Raquel.