O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, a prefeita de Contagem, Marília Campos, e representantes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) se reuniram, na manhã desta sexta-feira (24), na prefeitura da capital mineira. O encontro teve o objetivo de tratar dos problemas na lagoa da Pampulha, onde ocorre o lançamento de esgoto. Atualmente, segundo a empresa, mais de 9.800 imóveis, das duas cidades, precisam ser interligados à rede de esgotamento sanitário.
A reunião começou pouco depois das 10h, no Salão Nobre, e a imprensa não acompanhou. O encontro durou cerca de 50 minutos. “A Copasa apresentou um diagnóstico geral de tudo que acontece nos córregos que chegam à Pampulha. Essa reunião foi no objetivo de unir esforços, ter um plano de trabalho concreto dentro de 45 dias. Foi acertado uma equipe técnica para discutir esse plano de trabalho”, explicou o secretário de Obras e Infraestrutura de BH, Josué Valadão.
Ainda conforme Valadão, Belo Horizonte tem o Fundo Municipal de Saneamento, responsável por alavancar várias obras, e o plano de trabalho que vai responder qual deverá ser o orçamento e prazo para os trabalhos. Kalil não conversou com a imprensa.
Já o diretor-presidente da Copasa, Carlos Eduardo Castro, afirmou que a solução que falta para levar o saneamento à bacia da Pampulha só será resolvida na ação conjunta entre os municípios e a companhia.
“Até hoje já foram investidos pela Copasa mais de R$ 150 milhões de reais só na bacia da Pampulha visando essa despoluição. Estamos no que chamamos de ‘quarta etapa’, são quase R$ 10 milhões, nós vamos fazer mais quatro quilômetros de redes, interceptores, mais outras 800 ligações de esgoto. O fato é que, no primeiro diagnóstico, temos em torno de 9.800 imóveis que hoje não estão interligados. Em alguns casos porque tem a rede, mas os moradores não ligaram, em outros casos, existe a rede, mas o imóvel está em uma cota inferior, ou seja, está na beira do córrego e precisa de uma solução específica. Em alguns outros casos, não existe a rede em função de ocupação desordenada e uma necessidade de regularização fundiária”, detalhou.
“Precisamos de uma solução ambiental, mas precisamos também de soluções sociais”, diz prefeita de Contagem
“Cinquenta e quatro quilômetros quadrados da bacia da Pampulha está em Contagem. Nós temos o espelho d’água, que é a lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, e a grande maioria dos córregos que está em Contagem alimentando a Pampulha. Atualmente são córregos de esgoto, o Tapera, Sarandi, Bom Jesus. Em Contagem, nós precisamos colocar interceptores de esgoto acessíveis à população, precisamos redimensionar as redes que já foram construídas. Hoje, para limpar a lagoa da Pampulha, precisamos de uma solução ambiental, mas precisamos também de soluções sociais, que é garantir moradia digna para a população”, destacou Marília.
Ação contra Copasa
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) entrou com uma ação na Justiça contra a Copasa, uma vez que o lançamento de esgoto na lagoa não foi cessado. “A ação visa o plano de trabalho, o comprometimento e a união de esforços. A ação continua tramitando normalmente”, afirmou Valadão.
Sobre a ação movida pelo município, o diretor-presidente da Copasa afirmou que já havia sido avisado, de uma forma gentil, pelo prefeito da capital. “Nós entendemos e respeitamos o movimento do município. Nós apostamos na capacidade de trabalho, diálogo e temos a certeza que, com esse plano que vai ser apresentado, essa ação vai ser solucionada antes mesmo do seu seguimento”, finalizou.
Matéria atualizada às 13h24