As prefeituras de Pedro Leopoldo, Confins e São José da Lapa, na região metropolitana de Belo Horizonte, pretendem entrar nesta quinta-feira (19) com uma ação na Justiça para pedir a suspensão do edital de concessão da MG–424 que prevê a implantação de dois pedágios no trecho de 51,08 km. A estimativa é que quase 20 mil motoristas passem pela rodovia por dia. Os municípios questionam “inconsistências” detectadas no certame, previsto para ser aberto em 5 de junho, como a implantação de uma praça de pedágio em um trecho que eles já consideram “pronto”, duplicado e em boas condições de tráfego.
O edital prevê a concessão entre os municípios de Vespasiano, na região metropolitana, e Sete Lagoas, na região Central. Uma das praças de pedágio será instalada entre Matozinhos e Prudente de Morais, na região Central. A tarifa prevista é de R$ 2,61, considerando valores de janeiro de 2018. O outro pedágio ficará próximo a São José da Lapa, com cobrança de R$ 3,80.
“O que causa muita revolta na população é o fato de termos a melhor parte da rodovia e pagarmos o valor mais caro. Com a qualidade do trecho que nós temos aqui hoje, não tem necessidade de ter pedágio, porque já está pronto. Precisamos apenas de conservação, o que já é feito”, afirmou o prefeito de São José da Lapa, Diego Álvaro (PT).
Ele diz que não é contrário à concessão, mas pontua que, se o pedágio for de fato necessário, a tarifa cobrada deve ser rediscutida. A previsão é que, quando a cobrança começar, o que deve ocorrer nove meses após o início do contrato, o valor alcance R$ 4,20. “Cerca de 3.000 moradores precisariam pagar o pedágio para ir para Belo Horizonte, onde muitos trabalham. O prejuízo seria muito grande”, disse.
Outro problema, segundo o procurador geral de Pedro Leopoldo, Cristiano Pereira, é o critério para a definição da empresa vencedora. “O vencedor da concessão é o licitante que oferece o menor valor de pedágio. O Estado não está observando essa tendência e vai eleger a empresa com maior valor de outorga. Não há preocupação com o cidadão que paga o pedágio, a intenção é arrecadar dinheiro”, disse. “Já os eventuais prejuízos que ela venha a ter com uma possível redução do fluxo serão equilibrados com aumento da tarifa”, afirmou.
Para o procurador de Confins, Gustavo Valadares, o pedágio vai encarecer os serviços nas cidades. “Temos muitas empresas instaladas em Confins com trabalhadores que moram em Belo Horizonte, e o pedágio encareceria ainda mais o custo de vida deles”, pontuou.
Obra interdita parcialmente BR–262 no Centro-Oeste
Uma obra emergencial deixa a BR–262 parcialmente interditada por até 15 dias na altura da cidade de Igaratinga, na região Centro-Oeste de Minas Gerais.
A concessionária Triunfo Concebra, que administra o trecho, informou que foi constatado um afundamento em uma das faixas da rodovia no km 409. Segundo a nota, o problema tem características de uma movimentação de solo.
Após a análise dos técnicos, a Concessionária interditou a faixa para obras de drenagem profunda. Para isso, o tráfego no sentido Belo Horizonte será desviado para a pista na contramão, onde o fluxo ficará em mão dupla.
O local está sinalizado com cones e painel de mensagem. Além disso, uma viatura da concessionária dá apoio aos motoristas. (Da redação)
Moradores de três cidades farão protesto na rodovia
Cerca de 200 pessoas, entre autoridades municipais e moradores de São José da Lapa, Confins e Pedro Leopoldo, vão fazer um protesto nesta quinta-feira (19) contra a cobrança de pedágio na rodovia MG–424. Os manifestantes vão se concentrar no KM 12 da via a partir das 7h.
O autônomo Alex Matozo, 46, passa pela rodovia todos os dias para trabalhar. Ele criou um abaixo-assinado que soma mais de 10 mil nomes contra o pedágio. “Esse custo seria repassado a usuários do transporte coletivo e aplicativos, estudantes de vans e motoristas de carros, que já pagam gasolina cara”, afirma.
A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) afirmou que está aberta à discussão e que a proposta do governo é desenvolver a vocação da MG como “elo propulsor de desenvolvimento da região”. A pasta informou, ainda, que o projeto de concessão “está totalmente embasado em metodologias juridicamente respaldadas”. Conforme a Setop, os moradores de Pedro Leopoldo, Capim Branco e Matozinhos terão a opção de usar a LMG–800 e, depois, a MG–010 para ir a Belo Horizonte. A praça de pedágio ficará após São José da Lapa no sentido Pedro Leopoldo e, segundo a pasta, não vai afetar os moradores que se dirigem à capital. Os residentes em Confins que forem para Pedro Leopoldo, Matozinhos e Belo Horizonte não pagarão pedágio.