A partir de junho, os mineiros começam a receber a conta de luz mais cara. O reajuste será oficialmente anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica no dia 22 de maio. Inicialmente, a expectativa é de um aumento de 22,63% para os consumidores residenciais e de 34,4% para os industriais. Em média, seria de 25,87%. Entretanto, a agência reguladora só baterá o martelo neste índice após receber as contribuições da população sobre o reajuste. A consulta pública está aberta no site da Aneel, até 21 de abril.
Na última quarta-feira, 28, a Aneel promoveu uma audiência pública presencial, no auditório do Colégio Salesiano, em Belo Horizonte, para dar início ao debate. Para os consumidores, a preocupação é dupla. Além do impacto direto no orçamento, a indústria promete repassar a alta do custo para os produtos finais. “Esse aumento é simplesmente insuportável e foge totalmente dos parâmetros que deveriam ser praticados. Vai ter impacto direto porque a indústria terá que transferir para o custo de produção e isso vai prejudicar ainda mais o consumidor final”, destaca o vice-presidente do Centro das Indústrias de Minas Gerais (Ciemg), Dale Fialho.
Os impactos no orçamento preocupam. O representante do Instituto de Cultura, Educação e Arte da Periferia, Fábio Neves, veio de Montes Claros, na região Norte, para acompanhar a audiência na capital. “Temos visto várias famílias voltando a usar velas e candeeiros porque já não conseguem mais pagar a conta de luz. Esse aumento vai agravar mais o empobrecimento da nossa região”, destaca.
O deputado federal Weliton Prado (PROS-MG) considerou o aumento proposto muito elevado, uma vez que já não existe mais crise hídrica e, segundo ele, a alta das despesas da Cemig provocada pela ativação das térmicas já foram compensadas com o sistema da bandeira vermelha. Ele também criticou a data escolhida para a audiência. “É um absurdo marcar essa audiência pública para véspera de um feriado. A Aneel fez de propósito, para dificultar a participação popular”, diz.
Revisão
Entenda. O reajuste faz parte da revisão tarifária prevista nos contratos de concessão da Cemig. Acontece a cada quatro ano. O objetivo é equilibrar as tarifas com base nos investimentos.
Cemig planeja fechar agências
A preocupação com o fechamento de mais de cem postos de atendimento da Cemig no interior do Estado foi tema de debate ontem na Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Segundo o deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), a concessionária planeja iniciar o fechamento em 16 de abril. Dos cem postos, 20 estariam no Sul do Estado, de onde veio o pedido de ajuda.
De acordo com o deputado estadual, já há negociações em andamento entre representantes dos sindicatos e a Cemig.
Furnas pagou R$ 135 mi em royalties
RIO DE JANEIRO. O sistema de Furnas, subsidiária da Eletrobras, pagou R$ 135 milhões em royalties da água em 2017. Minas Gerais liderou o ranking estadual com R$ 31,8 milhões. No total, cinco Estados, Distrito Federal e 155 municípios foram beneficiados pelo uso de recursos hídricos para geração de energia em 12 hidrelétricas da empresa.
Do valor total dispensado no ano passado, Minas Gerais recebeu R$ 31,8 milhões. Goiás veio em segundo (R$ 11,6 milhões), seguido de São Paulo (R$ 7,4 milhões), Rio de Janeiro (R$ 2,1 milhões) e Mato Grosso (R$ 1,3 milhão). Entre os 155 municípios, Sacramento (R$ 3,7 milhões) e Frutal (R$ 3,4 milhões), em Minas, foram os que receberam mais dinheiro. Nos últimos dez anos, a subsidiária da Eletrobras pagou, aproximadamente, R$ 1,7 bilhão pelo uso de recursos hídricos.
Fonte: O TEMPO