A Polícia Civil de Montes Claros, no Norte do estado, concluiu e encaminhou à Justiça, inquérito policial que apurou o crime de tortura ocorrido em 18 de maio deste ano, quando um homem, de 48 anos, foi agredido e torturado, sob o pretexto de ter furtado uma vaca.
Cinco pessoas foram indiciadas, sendo um mandante e quatro executores, nas idades entre 19 e 70 anos. As agressões e a tortura estão registradas em vídeo que circulou pelas redes sociais.
A vítima, segundo a delegada Francielle Drummond, teria sido acusada do furto de uma vaca, mas no entanto, o crime não foi denunciado e nem registrado.
A delegada Francielle, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, diz que inicialmente, quatro pessoas foram identificadas por participação no delito, contudo, com a investigação avançada, os policiais identificaram um quinto envolvido, apontado como o mentor do crime e que seria o proprietário da vaca.
Ela explica que assim que descobriu o furto, o mandante determinou que os outros suspeitos, todos empregados seus, localizassem o homem para dar-lhe uma punição e, também, obrigá-lo a pagar pelo animal.
Tortura
Mas como não havia registro do crime, foi feito um levantamento e o resultado apontou que o homem, alvo da operação ilegal do fazendeiro, foi perseguido, agredido com socos e golpes de barras de ferro, amarrado pelas mãos e pelos pés, jogado dentro de um veículo e conduzido até um reservatório de água, onde foi brutalmente agredido e abandonado.
“Ele foi encontrado por um transeunte, que acionou a polícia. A vítima tinha diversas fraturas pelo corpo e ficou em estado grave por vários dias”, detalha a delegada Francielle.
Descobriu-se, também, que por ordem do mandante, um dos suspeitos teria realizado a transferência de valores entre R$ 150 e R$ 200 para os envolvidos.
No inquérito, a delegada pediu a prisão temporária dos envolvidos.“Teve o mentor do crime, que não estava no local, mas por telefone ordenava os próximos passos aos demais. Os outros envolvidos são o motorista, que conduziu todos até a represa, e os que agrediram a vítima”
Três dos envolvidos foram presos dois dias depois do crime. Com a conclusão do procedimento, a prisão temporária foi convertida em preventiva. Dois dos suspeitos estão no sistema prisional, sendo que o suspeito de 70 anos foi beneficiado com a prisão domiciliar. Os outros dois, entre eles o mandante, são procurados.
A delegada Francielle alerta a população de que a Polícia Civil não coaduna com práticas de pessoas que querem fazer justiça com as próprias mãos. “O Estado tem seus agentes estatais que, por meio dos órgãos de segurança pública, prevenir e reprimir condutas criminosas”.