Uma encomenda com medicamentos entregue pelos Correios no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi interceptada na tarde de quinta-feira (4) por agentes penitenciários que acabaram descobrindo 12 buchas de maconha escondidas dentro dos frascos de remédio.
Conforme nota divulgada pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), os agentes conseguiram impedir que a droga chegasse ao detento Jackson Bruno Solane, de 29 anos, que foi condenado pela Justiça a 15 anos de prisão, por homicídio, em 2015.
“O material estava dentro de quatro frascos de remédio que foram enviados por Sedex ao detento”, explica o texto. Diante da apreensão, o preso foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil (PC), que investigará criminalmente o ocorrido.
“O preso passará também pelo Conselho Disciplinar da unidade e poderá sofrer sanções administrativas. A direção do Complexo Penitenciário instaurou um Procedimento de Investigação para apurar administrativamente o fato”, finaliza a nota da Seap.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela polícia, Solane cumpre pena na ala 13 da unidade prisional e possui prescrição médica para os medicamentos complexo B e maleato de dexclorfeniramina, sendo o primeiro voltado para a carência de vitaminas e o segundo indicado para alergias.
Como a unidade não fornece estes medicamentos, o detento normalmente recebia os mesmos via correio, sendo enviados pela companheira dele.
Versões diferentes
Apesar de no registro policial constar que os agentes desconfiaram do odor que saía das embalagens, O TEMPO também teve acesso ao texto do procedimento interno que foi aberto, que dá uma versão diferente para o encontro das drogas.
O documento indica que a caixa com vários mantimentos e os medicamentos chegaram ao presídio no dia 27 de dezembro do ano passado.
Na quinta, por volta das 16h20, a enfermaria da unidade prisional recebeu os medicamentos para serem levados para o setor, quando uma funcionária se recusou a assinar o recebimento dos remédios “por desconfiar do peso das embalagens”.
“Nesse momento, o interno foi retirado do anexo e conduzido à enfermaria para que fosse aberto (sic) as embalagens pela censura. Ao abrir as embalagens, foi detectado 14 invólucros de substâncias com cheiro peculiar semelhante à maconha”, completa o texto do procedimento interno.
O detento ainda foi indagado se ele reconhecia a mulher que enviou os materiais como sua esposa, o que foi confirmado por ele.