A Polícia Civil apresentou nesta quinta-feira (21), no Departamento de Polícia Civil de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, dois jovens suspeitos de sequestrar e matar um empresário em Betim, no início desta semana.
Um jovem, de 19 anos, e outro, de 21, sequestraram Celso Batista Alves, 77, proprietário de um pesque-pague, localizado na zona rural de Betim, no bairro Charneca. Os jovens contaram que precisavam de dinheiro e a ideia inicial era apenas praticar o roubo, mas entraram em desespero e decidiram matar quando ele reconheceu a voz de um dos assaltantes.
“Ele trabalhou no sítio do empresário durante cinco meses e viu um extrato bancário no carro da vítima, no valor de R$ 109 mil. Foi quando Elias planejou o roubo e chamou o amigo para participar”, revelou o delegado Gustavo Barletta de Almeida, da 2ª Delegacia de Furtos e Roubos de Belo Horizonte.
De acordo com o delegado, os jovens conheciam a rotina da vítima e armaram uma emboscada na estrada de terra próxima ao sítio do homem. “Eles simularam que havia um tronco caído, atravessando a estrada. Quando o empresário parou foi abordado e levado para o cativeiro, que ficava em uma propriedade próxima à da vítima. Porém, durante a abordagem, um deles foi reconhecido”, pontuou.
Os criminosos contaram que amarraram vendaram o homem. Um ficou no local com ele enquanto o outro foi até um shopping e realizou algumas compras com o cartão da vítima. “Eles compraram itens supérfluos como celulares, manete de videogame e um som automotivo. A ideia era revender os produtos para levantar uma quantia significativa”, disse.
Ao retornar ao cativeiro, os jovens decidiram matar Alves e, para isso, usaram uma corda para enforcá-lo. “Eles asfixiaram a vítima e, em seguida, colocaram na parte traseira do veículo e levaram para uma área com mato alto, na região do Bandeirinhas. Em seguida, atearam fogo no veículo”, afirmou.
O delegado ressaltou que o corpo foi encontrado carbonizado. “Os autores não tinham passagens pela polícia e, observando as ações deles podemos perceber que eles não tinham dimensão do que estavam fazendo. Tenho muitos anos de atuação na polícia, mas esse é o tipo de caso que realmente choca. Encontrar o corpo naquele estado e ouvir a sequência de como os fatos aconteceram foi muito impactante”, finalizou.
Os suspeitos foram autuados por latrocínio e ocultação de cadáver e a pena de ambos deve chegar a pelo menos 36 anos de prisão.
Arrependidos
Durante a apresentação, os dois suspeitos demonstraram frieza em suas falas, mas disseram estar arrependidos. “Se eu pudesse voltar atrás não faria nada disso. Eu estava com muitas contas, precisava de dinheiro, mas nem ele nem a família dele mereciam isso”, afirmou jovem de 19 anos.
“Queria pedir perdão para a família dele. Não fiz mal só a eles, também destruí e decepcionei a minha própria família”, lamentou o jovem de 21 anos.
Integração
A operação contou com a ação conjunta da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida de Belo Horizonte, da Delegacia Regional de Betim e do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri).
“É importante ressaltarmos que o resultado desta operação superou todas as expectativas e obtivemos êxito devido à integração entre os departamentos policiais. Levamos cerca de 12h para conseguir dar uma resposta sobre o caso, desde a denúncia do desaparecimento até a identificação dos suspeitos”, ressaltou o delegado Gustavo Barletta.