A Polícia Civil prendeu na manhã de hoje (17), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o alvo número um da operação Luz da Infância 2, que ocorre em 24 Estados e no Distrito Federal. O homem de alto poder aquisitivo é advogado e tem 26 anos. De acordo com a polícia, com ele foram encontrados pelo menos, 750 mil arquivos, dentre imagens e vídeos de exploração sexual de crianças e adolescentes.
“São tantos arquivos, que a perícia espera que sejam necessárias 12 horas para o download de todos. Elas serão analisadas porque ainda é possível que se tenham imagens em que o indivíduo participe”, afirmou o coordenador de Operações da Superintendência de Investigação de Polícia Judiciária, Matheus Cobucci.
Estão sendo cumpridos 579 mandados de busca e apreensão em 24 Estados e no Distrito Federal. Até o momento, 130 pessoas já foram presas em todo o País. A quantidade supera o número de presos na operação Luz da Infância, ocorrida em 2017, que teve 112 presos.
Em Minas, 68 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em 32 cidades. Até o momento, 20 pessoas foram presas, sendo 9 em Belo Horizonte e 11 no interior. “Um deles foi preso na capital e é reincidente. Ele cumpria a pena de quatro anos de prisão por pedofilia, em regime aberto”, disse Cobucci.
Segundo a polícia, dentre os presos em Minas Gerais estão funcionários públicos, pessoas que assumem gostar de crianças e adolescentes, pessoas com curso superior e algumas com crianças em casa. “Isso nos preocupou bastante. Durante a operação diversos policiais ligaram aqui para a coordenação. Muitos até emocionados, por que não acreditavam no que viam nos arquivos encontrados com os suspeitos”, afirmou Cobucci.
Operação
A Operação Luz da Infância 2 busca há seis meses investigar crimes de armazenamento, produção e divulgação de vídeos e imagens relacionadas a exploração sexual de crianças e adolescentes. De acordo com a Polícia Civil, essa é a maior operação de combate às pedofilia no País e no Estado. Ao todo, 2.600 policiais participam da operação em todo o País. Em Minas, 320 policiais divididos em 68 equipes estão empenhados na operação.
A operação foi desencadeada após o monitoramento do fluxo de arquivos contendo pornografia infantil no ambiente virtual, feito pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
“É uma investigação minuciosa, que já vem sendo executada há vários meses, com várias agências de inteligência trocando informações no sentido de identificar, autuar e responsabilizar criminalmente todos esses indivíduos. Existe ainda a suspeita de uma rede de pedofilia, nacional e internacional e essas agências de inteligência buscam essa troca de informações para que possamos afirmar, com convicção, essa informação”, explicou o superintendente de Investigação da Polícia Judiciária, Carlos Capristrano.
Ministério
Na manhã de hoje, o ministro da segurança pública, Raul Jungmann afirmou que mais de 1 milhão de arquivos (entre fotos, vídeos e outros documentos obtidos em ambientes virtuais) com conteúdos relacionados a crimes de abuso sexual de crianças e adolescentes foram analisados antes da deflagração da Operação .
.