A produção industrial brasileira cresceu 0,9% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado. O resultado, divulgado nesta terça-feira pelo IBGE, interrompe dois meses consecutivos de queda, período em que o setor acumulou perda de 2,4%.
Em relação a janeiro de 2019, houve queda de 0,9%, com recuo também no acumulado dos últimos 12 meses, de 1%.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, afirma que apesar do resultado acima do esperado, os números precisam ser vistos com cautela, levando em conta a desaceleração no fim do ano passado.
“A gente precisa relativizar esse avanço, na medida que ele se dá sobre um setor industrial que havia desacelerado de uma forma importante no dois últimos meses do ano passado”.
Segundo o IBGE, a expansão na passagem de dezembro para janeiro se deu em três das quatro grandes categorias econômicas. O segmento de bens de capital registrou a alta mais significativa, de 12,6%, seguido dos bens de consumo duráveis, com aumento de 3,7%. Bens intermediários cresceram 0,8%. Já o setor de bens de consumo semi e não duráveis apresentou recuo de 0,1%.
Ainda na comparação com dezembro, a produção industrial em janeiro avançou em 17 das 26 atividades pesquisadas, com destaque para máquinas e equipamentos, veículos automotores, reboques e carrocerias, metalurgia, produtos alimentícios e produtos derivados do petróleo e biocombustíveis.
Entre os oito setores que apresentaram queda na produção no primeiro mês desse ano, os principais foram impressão e reprodução de gravações e indústrias extrativas.
Questionado se a indústria brasileira foi impactada pelo coronavírus, o pesquisador disse que ainda é cedo para avaliar, mas que a epidemia pode provocar algum tipo de efeito, especialmente no que se refere a insumos para abastecer o mercado doméstico.
“Não sabemos em que medida isso vai afetar a produção doméstica, quando vai alcançar. Precisamos esperar as informações dos meses seguintes para ter o entendimento dos efeitos do coronavírus sobre a indústria local”.
Apesar de ter começado o ano com resultado positivo, o setor industrial ainda se encontra 17,1% abaixo do recorde alcançado em maio de 2011, quando a produção atingiu o maior nível na série histórica da pesquisa.