Os professores da rede estadual de Minas Gerais decidiram nesta quarta-feira (18) em assembleia suspender temporariamente a greve que começou no dia 8 de março. Segundo o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), os trabalhadores retornarão às salas de aula na próxima segunda-feira, 23, mas permanecem em “estado de greve”.
Eles aprovaram uma série de ações para as próximas semanas, entre elas vincular o estado de greve à promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 49, que garante o reajuste anual da carreira de forma automática de acordo com o piso nacional da categoria. O texto foi apresentado aos professores na semana passada e começou a tramitar na Assembleia nessa terça-feira (17), com a assinatura de 72 dos 77 deputados estaduais.
De acordo com o Sind-UTE, os trabalhadores também decidiram que só irão negociar a reposição das aulas após a promulgação da PEC como forma de pressão. Sobre as propostas apresentadas pelo governo do Estado durante as negociações, a categoria decidiu aceitar a regularização dos pagamentos de prestadores de serviço pelo IPSEMG até junho deste ano, incluindo o cartão-farmácia; a retomada das nomeações do concurso público (serão no mínimo 10 mil nomeações em 2018); o retorno do pagamento de férias-prêmio em espécie para quem já aposentou; o pagamento do retroativo do reajuste de 2016 (pagamento parcelado de abril a dezembro deste ano) e a negociação das demandas dos servidores de Superintendências Regionais de Ensino e do Órgão Central sobre jornada de trabalho e férias-prêmio.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Educação (SEE), apenas 8% das escolas estaduais aderiram totalmente à greve, e a suspensão da mobilização já era esperada. “A adesão ao movimento, que já era pequena, vinha caindo nos últimos dias para cerca de 5% das escolas totalmente paralisadas. Nesta quarta-feira, 105 escolas informaram que estavam nessa situação, de um total de 3.461 unidades escolares do Estado”, escreveu a assessoria da SEE em comunicado. Segundo o Sind-UTE, contudo, a paralisação atingiu 40% das escolas – de forma parcial ou total.