A cidade de Uberlândia (MG) já iniciou a Jornada Formativa do projeto Territórios da Agricultura – TA, em encontro realizado em junho na sede do Assentamento Flávia Nunes. Estiveram presentes agricultoras e agricultores dos Assentamentos Flávia Nunes, Eldorado dos Carajás, Canudos, Emiliano Zapata, Terra Firme e Carinhosa, além de professores da rede municipal, estadual e particular, estudantes universitários, representantes do Santuário Botânico Arboreto, da Associação de Renais Crônicos, de coletivos jovens e lideranças comunitárias da Cultura e do Coletivo Hip-Hop Gangsta Squad.
Desenvolvida pela Evoluir – empresa que gera valor e impacto social por meio de iniciativas educacionais, culturais e socioambientais na perspectiva da Educação Integral — e viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, com patrocínio da Bayer, a iniciativa visa a construção coletiva de soluções que possibilitem a produção, consumo e comercialização de alimentos saudáveis.
“A Jornada Formativa acontece em cinco módulos, com encontros presenciais mensais, e aborda as temáticas estruturantes do projeto, como agricultura urbana, periurbana e rural, sustentabilidade ambiental, elaboração de projetos, metodologias participativas, cultura, mobilização comunitária e comunicação, entre outras”, explica Mariana Monferdini, coordenadora do projeto na Evoluir. “Neste primeiro módulo, realizado em Uberlândia, a meta foi promover o reconhecimento e engajamento dos participantes como uma comunidade de aprendizagem, desenvolvendo estratégias de diagnóstico participativo e orientando o trabalho coletivo por meio da Aprendizagem Baseada em Projetos”.
Mariana destaca que, assim como em todos os projetos elaborados pela Evoluir, o Territórios da Agricultura também visa promover competências importantes, individuais e coletivas, para um futuro mais sustentável. “Essas habilidades incluem o mergulhar em si, privilegiando o autocuidado, equilíbrio emocional e ação consciente; ter voz ativa, para expressar sentimentos e ideias com clareza, e exercer a escuta ativa, sabendo argumentar; o fluir em equipe, ou seja, aprender a trabalhar em grupo e dentro de um propósito coletivo; entender o mundo, compreendendo sua complexidade e desenvolvendo o pensamento sistêmico e interdependente, com consciência crítica; e o agir consciente, adotando uma postura ética, a liderança empática e o engajamento comunitário e global”, diz.
A coordenadora do projeto acrescenta que os próximos passos do projeto em Uberlândia compreendem o adensamento do diagnóstico socioambiental participativo do território e, a partir dele, a elaboração de ações partindo de um sonho coletivo de projeto no local. “O propósito é trazer visibilidade às potências e movimentos em prol da produção e distribuição de alimentos saudáveis, por meio de processos justos e sustentáveis”, conclui Mariana.
“O mais importante, para mim, foi a interação do grupo e a disposição de cada um em realmente produzir um coletivo que transformará espaços”, aponta Flávia Pinheiro, professora da rede pública. “Os aprendizados passam por fortalecimento de valores pessoais e coletivos e reflexões sobre o real mundo e a troca que queremos. Ver e conhecer tantos sujeitos que amam sua terra e suas raízes nos fortalece e estimula a conquistar uma vida saudável, que respeite o mundo em que vivemos”.
“Foi uma oportunidade de conhecer outras pessoas, de diferentes segmentos e diversidade”, diz o agricultor José Rubens Laureano da Conceição. “Tivemos dinâmicas bem participativas e objetivas, além da variedade de ideias e propostas que se direcionam ao mesmo objetivo, com perspectivas de aplicabilidade na vida diária de todos”.
“Foi muito importante conhecer os companheiros e companheiras com afinidade de pensamentos, o que nos impele a formar uma rede de apoio mútuo, com ações práticas e efetivas rumo à transformação de realidades desiguais”, indica Marina Lelis Ribeiro, agricultora e professora da rede particular.
A Diretora Executiva de Sustentabilidade, Segurança, Saúde e Meio Ambiente da Bayer para América Latina, Paula Castro, complementa: “A agricultura sustentável é essencial para garantir a segurança alimentar global e a saúde do planeta, sendo a educação a chave para alcançá-la. A partir de iniciativas com o Territórios da Agricultura, podemos disseminar práticas agrícolas sustentáveis e incentivar a adoção de técnicas mais eficientes e responsáveis de forma colaborativa. Além disso, esses participantes serão multiplicadores dos aprendizados, compartilhando suas experiências e conhecimentos com amigos e familiares e incentivando cada vez mais práticas responsáveis”.
Sobre o Territórios da Agricultura
O Territórios da Agricultura é um projeto de educação e inovação social voltada à agricultura urbana, periurbana e rural, baseado na participação coletiva e na co-criação de ações que contribuam para o desenvolvimento sistêmico da agricultura e da cultura em determinado território. Prevê a realização de uma jornada que integra os diferentes atores locais, visando a investigação extensiva do ecossistema e a co-criação de soluções que possam fortalecer as práticas de produção de alimentos no território.
Ao longo de 40 horas de formação em cinco módulos, os participantes trabalham capacidades como autogestão, atuação em equipe, liderança, conhecimentos sobre os agroecossistemas e a cultura do campo, construção coletiva de saberes, mapeamento e diagnóstico territorial, condução de pesquisas coletivas e entrevistas, técnicas e abordagens para produção fotográfica e audiovisual, registro e sistematização de informações,elaboração de projetos e ações coletivas, entre outros.
O Territórios da Agricultura está alinhado a oito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na Agenda 2030 da ONU: erradicação da pobreza (1), fome zero e agricultura sustentável (2), saúde e bem-estar (3), educação de qualidade (4), trabalho decente e crescimento econômico (8), cidades e comunidades sustentáveis (11), consumo e produção responsáveis (12) e parcerias e meios de implementação (17).