Em trechos do longo áudio do interrogatório do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), no último dia 27 de abril, que durou mais de três horas, o promotor André de Pinho caiu em contradição por diversas vezes, inclusive sobre o comportamento de Lorenza de Pinho e seus hábitos em relação ao consumo de bebida alcoólica.
Ao ser questionado pela Promotoria de Justiça se Lorenza fazia uso constante de bebidas alcoólicas, Pinho afirmou que não. No entanto, ele acabou desmentindo o que seus próprios advogados afirmaram por diversas vezes à imprensa, de que a mulher fazia, sim, uso rotineiro de bebida alcoólica.
A própria perícia particular contratada pela defesa do promotor apontou que Lorenza teria morrido em decorrência de autointoxicação – fruto de uma combinação de bebidas alcoólicas com antidepressivos.
Compra de bebidas
Outra contradição também foi revelada no inquérito. No interrogatório, os procuradores perguntaram a Pinho quem comprava e levava bebidas alcoólicas para o apartamento do casal, mas o promotor afirmou que não sabia responder à pergunta.
No entanto, a própria investigação flagrou, por meio de imagens obtidas pelas câmeras de segurança do apartamento da família, que foi o promotor que comprou duas garrafas de aguardente e levou para casa horas antes da morte da mulher, no dia 2 de abril.