Um acessório se tornou uma febre entre crianças e adolescentes em Juiz de Fora: uma pulseira de silicone que pode ser comprada em qualquer local de venda ambulante. No entanto, o problema é que essas pulseiras fazem parte de um jogo com conotação sexual, o que tem deixado pais e professores apreensivos.
As pulseiras são coloridas e de baixo custo, e meninos e meninas as usam em grande quantidade no pulso. Cada cor teria um significado específico. Originalmente, elas surgiram na Inglaterra como parte de um jogo chamado “snap”, que significa quebrar, partir, arrebentar. Segundo relatos de uma jovem que preferiu não se identificar, quando alguém arrebenta a pulseira, a pessoa deve cumprir o que está relacionado à cor da pulseira. Há cores que significam beijo, strip-tease e até mesmo sexo.
Alguns jovens afirmam usar as pulseiras apenas como enfeite. Segundo uma adolescente que também preferiu não se identificar, ela as utiliza apenas por moda, já que todos estão usando, ela também sente a necessidade de usá-las.
Os pais estão muito preocupados com essa situação. Para a vendedora Roraima de Oliveira, o problema reside na conotação sexual atribuída ao acessório, pois isso estimula a sexualidade precoce nos jovens.
As pulseiras também têm causado preocupação nas escolas. Em algumas instituições, reuniões pedagógicas foram realizadas na segunda-feira (08) com os pais, e as pulseiras foram o principal assunto em discussão.
Segundo a direção das escolas, proibir o uso não é uma função da instituição. De acordo com a diretora Solange Araújo, essa é uma decisão que deve ser tomada pelos pais, os quais devem conversar com seus filhos sobre o uso ou não do acessório.
A psicóloga Elisângela afirma que nem os pais devem proibir o uso das pulseiras. Segundo ela, a proibição despertaria ainda mais a atenção para o objeto. Para a psicóloga, as pulseiras podem servir como um pretexto para que os pais abordem o tema da sexualidade com seus filhos, uma vez que esse assunto ainda é um tabu na sociedade.