Três casos suspeitos de zika vírus estão sendo investigados na região do Alto Paranaíba, nas cidades de Patos de Minas, Serra do Salitre e Carmo do Paranaíba. Apesar de ser a primeira vez que se tem a suspeita do vírus tão próximo de Uberlândia, em uma média de 230 km, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) e a Vigilância em Saúde de Uberlândia afirmam que é difícil conter o avanço da doença. O fluxo de pessoas entre cidades e Estados e os focos do mosquito dentro das residências sãos as causas que dificultam o trabalho de combate, segundo as autoridades.
De acordo com o superintendente da SRS, Almir Fontes, a regional de Uberlândia está alerta quanto à situação, mas não há como construir uma barreira eficiente para conter o avanço. “Nosso intuito é reforçar aquilo que cada Município já faz. Hoje, os focos estão muito presentes nas residências e não são combatidos. Mas, em caso da presença do vírus, deve-se adotar medidas específicas para tentar isolar esse caso e evitar que ele se espalhe pela cidade. Impedir que ele chegue é difícil”, disse.
Para o diretor da Vigilância em Saúde de Uberlândia, Samuel do Carmo Lima, a única forma de conter esse avanço é controlar o mosquito. “Não há outra possibilidade de impedir esse avanço além de reduzir o nível de infestação do Aedes aegypti, vetor da dengue, zika vírus e chikungunya. Isso depende do serviço público, mas também de um engajamento da população. Se o índice de infestação fosse bem baixo seria mais tranquilo controlar”, afirmou.
Em janeiro deste ano, foi confirmado que o zika vírus circula em Minas Gerais. O Estado já tem a confirmação de dois casos da doença – um recém-nascido, que também está com suspeita de microcefalia em Curvelo, na Região Central, e uma gestante de Ubá, na Zona da Mata.
A partir de então, os exames que eram feitos apenas em grávidas e bebês são realizados em todos os casos em que há suspeita da doença. A presença do zika vírus no corpo humano pode não se manifestar, sendo assintomática. Mas em gestantes, pode afetar a formação da criança, o que provoca a microcefalia. Os sintomas do zika vírus são os mesmos da dengue, mas com a presença de uma conjuntivite. “O exame para constatar que uma pessoa foi infectada pelo zika é muito complicado, pois depende de testes de microbiologia molecular. É demorado e era feito em um público específico. Agora, todos com a suspeita serão submetidos ao exame”, afirmou Lima.
Estratégias
Nas três cidades do Alto Paranaíba onde é investigada a presença do zika vírus, é feita uma vigilância estratégica com intensificação das vistorias às residências e o uso do fumacê. De acordo com Lindomar Babilônia, da SRS de Patos de Minas, esses trabalhos já foram realizados tanto em Patos de Minas, como em Carmo do Paranaíba e Serra do Salitre, cidades onde os casos suspeitos estão sendo investigados.
Ainda segundo a SRS, nos três casos, os vírus podem ter sido contraídos em outros Estados. O paciente de Patos de Minas estava em Tocantins, o de Serra do Salitre estava no Mato Grosso, e a gestante de Carmo do Paranaíba estava na Bahia. O sexo e a idade das supostas vítimas não foram divulgados, exceto o da gestante.
A previsão é que os resultados dos exames dos pacientes feitos na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, saiam na próxima sexta-feira (12).
Sintomas do Zika Vírus
- Febre baixa
- Conjuntivite sem secreção
- Dores nas articulações
- Manchas ou erupções na pele
- Dor de cabeça
- Dor nas costas