Apesar da popularização da fotografia digital, com olhar diferenciado, fotógrafos profissionais continuam sendo essenciais nos já tradicionais nichos de mercado, e em outros, como o de projetos com incentivo fiscal, que cresce à medida que as leis tornam-se conhecidas e vão sendo aprimoradas.
As Leis de Incentivo foram criadas pelo governo para estimular a produção e difusão cultural, esportiva e social no País. Através da politica de renúncia fiscal, pessoas físicas e empresas têm a opção de direcionar parte do imposto para projetos culturais, esportivos e sociais à sua escolha. Os projetos são primeiramente avaliados pelas comissões responsáveis do governo, levando em conta sua importância e impacto na sociedade, viabilidade de custos e capacidade do gestor do projeto, a qual pode muito bem ser comprovada através do registro fotográfico das ações realizadas.
Para Maíra de Ávila, coordenadora de comunicação do grupo EMCANTAR, que há 18 anos trabalha com Arte e Educação, desenvolvendo projetos incentivados por lei, a fotografia é um meio essencial para testemunhar as ações de cada projeto e divulgá-los: “As fotos são uma devolutiva para a sociedade de que o projeto está sendo feito e vale à pena investir no social. É também uma forma de acompanhamento das atividades, podemos ver a evolução de cada participante”, afirma.
Segundo a coordenadora, quem lida com área de arte e cultura necessita de imagens com qualidade: “Nem sempre conseguimos atingir o público apenas com palavras. Uma boa imagem consegue revelar a emoção, que só um bom fotógrafo consegue captar”, comenta.
Há quatro anos fotografando tanto os projetos sociais quanto os espetáculos do Grupo EMCANTAR, o fotógrafo Douglas Luzz acredita que a excelência deste tipo de trabalho está além da técnica. “Mais do que saber operar um equipamento, o profissional precisa ter sensibilidade. Para mim, fotografar é imprimir sentimentos”, reflete.
Sobre seu trabalho em projetos sociais, o fotógrafo conta que é preciso ter postura adequada quando se trata de registrar atividades em que não pode interferir. “Quando chego para fotografar crianças, por exemplo, a câmera chama atenção delas: algumas ficam envergonhadas, outras se aproximam, querem conhecer o equipamento, aparecer nas fotos. E cada situação exige uma postura: às vezes preciso ser quase invisível, em outros momentos é importante interagir com as pessoas para que se descontraiam e eu possa captar imagens diferenciadas”, revela Douglas Luzz.