Os relógios de luxo roubados de uma joalheria no BH Shopping em maio de 2022 podem ter sido adulterados e repassados para o exterior. É o que a aponta a investigação da Policia Civil sobre o crime ocorrido no shopping situado no bairro Belvedere, na região Centro-Sul da capital.
Duas pessoas ligadas ao crime foram presas ontem (20), mais de um ano após o roubo.
Em coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (21), a Polícia Civil detalhou os passos da investigação, que durou pouco mais de um ano. “As investigacoes apontaram que existe um núcleo duro, pessoas que têm know-how, sabem onde agir e que tem pessoas para enviar esses relógios. Na medida que pretendem cometer um novo fato, vão recrutando, oferecem R$ 10, R$ 15 mil para os criminosos participarem e conseguem apoio logostico nessas localidades”, disse o delegado Gustavo Barletta, responsável pela investigação.
Ao todo, sete pessoas foram presas suspeitas de terem participado do assalto. Na ação, os suspeitos levaram 13 relógios da marca Rolex, com preços estimados entre R$ 40 mil e R$ 300 mil, além de joias. Durante a fuga, o grupo abandonou dois veículos que foram roubados, em São Paulo. “Prendemos uma mulher que resgatou os assaltantes em BH. Ela também levou os relógios para São Paulo. O outro é um mineiro que deu apoio logístico a quadrilha”, completou o delegado.
A quadrilha era composta por 13 pessoas e dividida em duas partes: nove entraram no shopping para cometer o roubo, enquanto outras quatro atuavam no reforço e em outras partes do plano de roubo. “São integrantes da maior organização criminosa de SP. Existem indícios que foram remetidas quantias para que o crime seja praticado, porque para ter uma ação dessa existe um investimento financeiro muito alto para os roubos de carros”, relatou Gustavo.
Dos nove que invadiram a joalheria, quatro morreram em confronto com a Policia Militar de Goiás em novembro do ano passado. Três estão presos e dois foram identificados recentemente.
O segundo núcleo do grupo é composto pela mulher e pelo homem presos nesta semana durante diligências. Além deles, o lider do grupo também está preso. O quarto homem também foi identificado.
“Não era um receptador, mas um integrante. Ele financiava os roubos. Ele tem uma rede criminosa que o ajuda e envia para o exterior. Existem indícios de que (os relógios) podem ter sido enviados para o continente africano e americano. É feita uma adulterado do chassi e falsificam os documentos para que os relógios voltem”, explicou o delegado sobre o líder do grupo.
O assalto
Conforme a major Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, enquanto quatro integrantes da suposta quadrilha roubaram a loja, outros três esperaram no estacionamento do shopping com dois veículos. Para garantir a fuga, eles renderam um segurança do centro comercial, que foi levado como refém.
Ainda no estacionamento, os suspeitos efetuaram dois disparos de arma de fogo contra um segundo segurança, que estaria na perseguição, mas ele não foi atingido.
O refém e os veículos – um Hyundai Creta e um Hyundai HB20, ambos fruto de roubo (com placas clonadas) – foram abandonados em uma rua próxima ao local do crime, onde houve tentativa de incendiá-los para eliminar provas.
A quadrilha foi resgatada por outros dois indivíduos em novos veículos, sendo que um deles seria um Chevrolet Onix vermelho.