CAPINÓPOLIS, TRIÂNGULO MINEIRO – Representantes do Triângulo Mineiro foram recebidos pelo juiz Mauro Baldini da comarca de Coruripe (AL) nesta quinta-feira (15) de Janeiro de 2015 – Até um padre da cidade de Ipiaçu esteve presente.
A visita foi programada para cobrar agilidade na venda das usinas sucroalcooleiras do grupo JL
instaladas no município de Capinópolis e Canápolis que não exercem suas atividades desde o início de 2014. As usinas são integrantes da Laginha Agroindustrial, empresa de capital aberto.
Vários representantes regionais viajaram à Alagoas para o encontro entre eles, o prefeito de Canápolis, Diógenes Roberto e a prefeita de Capinópolis, Dinair Isaac, o secretário Luiz Isaac, o vereador capinopolense Cleidimar Zanotto, Ituiutaba foi representada pelo secretário municipal de Governo, Leonardo Altef, e Ipiaçu, através do prefeito Léo da Rádio e do padre Eduardo Santos Gomes.
Segundo o vereador capinopolense, Cleidimar Zanotto, todos tiveram a oportunidade de apresentar os motivos da urgência na venda das usinas sucroalcooleiras. “O juiz garantirá que todos os prazos sejam seguidos regularmente, evitando qualquer possibilidade de erro que possa levar os advogados à entrarem com ação judicial para paralisar o processo de venda das unidades”, disse Cleidimar.
Uma manifestação da Promotoria Pública deve acontecer nos próximos dez (10) dias e segundo informações divulgadas na reunião, as usinas devem ser vendidas ainda no primeiro trimestre de 2015.
A situação econômica das cidades do Pontal do Triângulo Mineiro é preocupante e municípios como Capinópolis, Canápolis, Ipiaçu, Cachoeira Dourada sofrem ainda mais com a falta de emprego e tem uma economia em recessão.
“Depois de muitas décadas Capinópolis teve a alegria de ter uma grande indústria instalada e alguns anos depois isso se transformou num grande transtorno e desafio para as lideranças do setor produtivo, e agora conseguimos ver uma luz no fim do túnel, e torcemos para que em breve essas Usinas voltem a funcionar e devolver a essa região o seu compromisso de desenvolvimento”, frisou a prefeita de Capinópolis, Dinair Isaac.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Capinópolis, Alan Cunha Santana, a dívida trabalhista do grupo ultrapassa R$600 milhões, mas com a venda das unidades, que estão avaliadas em R$ 1,9 Bi, os trabalhadores receberam seus direitos. “Isso não significa que o pagamento será efetuado logo em seguida à venda das usinas, todo processo é montado por critérios. Os trabalhadores estão incluídos na ‘classe 1’ e tem prioridade no recebimento dos direitos trabalhistas”, afirmou Alan.
O jornal Tudo em Dia teve acesso ao processo do comitê de credores da Massa Falida da Laginha Agro Industrial S/A., elaborado em Dezembro de 2014. Segundo o documento, que foi entregue ao juiz Mauro Baldini pelo comitê de credores, uma intimação para que o deputado e empresário João Lyra acompanhasse o processo de avaliação do grupo de empresas foi enviado, mas o mesmo não compareceu – “este comitê de Credores pugna a V. Exª. que não aceite manifestações tardias e preclusa do devedor, que deixou de praticar o ato de fiscalização”, diz o documento. A solicitação é uma tentativa de evitar que uma contestação paralise o processo de venda do grupo.
O documento ainda faz uma análise do mercado sucroalcooleiro no Brasil, onde dezenas de empresas
faliram ou entraram com recuperação judicial, muitas estão à venda e com a grande quantidade de ofertas, o valor de mercado das usinas tende a cair.
Os credores decidiram que as usinas Vale do Paranaíba, instalada em Capinópolis e Triálcool, instalada no município de Canápolis devem ser vendidas para o mesmo comprador ou grupo de compradores por estarem em uma distância geométrica muito próxima. O mesmo não foi decidido com relação às usinas Guaxuma, Uruba e Laginha, instaladas no estado de Alagoas, que deverão ser vendidas para um comprador ou grupo de compradores distintos.
Além das usinas, um escritório e uma aeronave serão vendidas para quitar os débitos que o grupo acumula com colaboradores, fornecedores, financiadores e com os governos Federal, Estadual e Municipal.