PLANO DE ESTUDO TUTORADO | PROFESSOR PAULO BRAGA
1.0 INTRODUÇÃO
Daremos início às nossas reflexões sobre as teorias da administração contando um pouco sobre a revolução industrial, período de grandes transformações tecnológicas.
1.1 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A revolução industrial teve início na Inglaterra no século XVIII, mudando o mundo com as indústrias e dando início ao capitalismo ao qual conhecemos nos dias atuais. As teorias da administração científica passam a surgir.
Estima-se que a revolução industrial tenha tido início por volta de 1760, mas esta data não é precisa, já que o processo de estudo e evolução tecnológica estava iniciando e não havia uma percepção de revolução.
Nesta época, a maioria da população européia vivia no campo e produzia o que consumia. Como as propriedades rurais passaram a ser vistas como ‘produto/mercadoria’, e quem não tinha propriedade, migrou-se para as cidades, tornando-se mão de obra barata na industrialização.
Quem financiou o desenvolvimento da indústria foram os burgueses, que detinham grande capital.
O nascimento da indústria causou grandes transformações na economia mundial, assim como no estilo de vida da humanidade, uma vez que acelerou a produção de mercadorias e a exploração dos recursos da natureza.
No início, a indústria têxtil recebeu muitos investimentos, já que a Inglaterra contava com matéria prima com relativa abundância — o algodão.
1.2 BURGUESIA vs PROLETARIADO NA REVOLUÇÃO INGLESA
No século XVIII o avanço da atividade comercial levou ao desenvolvimento das indústrias. A classe burguesa era, naquele momento, formada por proprietários dos meios de produção, ou seja, os donos das fábricas.
Com a ascensão da burguesia e o crescimento das cidades, entre os séculos XVIII e XIX, muitos camponeses abandonaram a difícil vida no campo para tentar um emprego na cidade. Chegando lá, sobretudo nas regiões industriais da Inglaterra, os antigos camponeses eram empregados nas fábricas pertencentes aos burgueses, dando, assim, início à classe proletária.
Os proletários eram os homens sem posses, que tinham seus filhos (sua prole, daí a origem da palavra proletário). Após a primeira revolução industrial, já no século XIX, o termo foi ressignificado. O filósofo e sociólogo alemão Karl Marx utilizou o termo proletariado tal como entendemos hoje: o trabalhador assalariado, pobre, que tende a permanecer nessa condição por causa do pouco que recebe.
Você, estudante, deve observar que o conceito de Karl Marx, na atualidade, pode estar desatualizado. Vamos aos exemplos:
Um trabalhador de um grande banco, que recebe um salário de R$30 mil mensais, não pode ser considerado de baixa renda, entretanto, ainda figura como proletário, pois vende sua força de trabalho.
Um dono de uma lanchonete no interior do Brasil com grandes dificuldades financeiras e à beira da falência, por exemplo, ainda é considerado um burguês.
O filme “Tempos Modernos”, dirigido e estrelado pelo ator Charles Chaplin, mostra a vida de um típico proletário durante a revolução industrial e a implementação de estudos científicos que levaram mais eficiência à administração.
1.3 POR QUAL MOTIVO FOI DENOMINADA REVOLUÇÃO?
Pelo fato da descoberta da queima do carvão e o surgimento das máquinas a vapor.
Além disso, foi responsável por grandes transformações no processo produtivo e nas relações de trabalho. A Revolução Industrial foi iniciada de maneira pioneira na Inglaterra, a partir da segunda metade do século XVIII, e atribui-se esse pioneirismo aos ingleses pelo fato de que foi lá que surgiu a primeira máquina a vapor, em 1698, construída por Thomas Newcomen e aperfeiçoada por James Watt, em 1765. O historiador Eric Hobsbawm, inclusive, acredita que a Revolução Industrial só foi iniciada de fato na década de 1780.
Na 1ª revolução industrial, os destaques produtivos se concentravam no ferro, no carvão e na energia a vapor.
O avanço tecnológico característico da revolução industrial permitiu um grande desenvolvimento de maquinário voltado para a produção têxtil, isto é, de roupas. Com isso, uma série de máquinas, como a “spinning Jenny”, “spinning frame”, “water frame” e a “spinning mule”, foram criadas para tecer fios. Com essas máquinas, era possível tecer uma quantidade de fios que manualmente exigiria a utilização de várias pessoas. Posteriormente, no começo do século XIX, o desenvolvimento tecnológico foi utilizado na criação da locomotiva e das estradas de ferro, que, a partir da década de 1830, foram construídas por toda a Inglaterra. A construção das estradas de ferro contribuiu para ampliar o crescimento industrial, uma vez que diminuiu as distâncias, ao tornar as viagens mais curtas, e ampliou a capacidade de locomoção de mercadorias.
O desenvolvimento das estradas de ferro aproveitou a prosperidade da indústria inglesa, uma vez que os financiadores de sua construção foram exatamente os capitalistas que prosperaram na Revolução Industrial. Isso porque a indústria inglesa não conseguia absorver todo o excedente de capital, fazendo com que os investimentos nas estradas de ferro acontecessem.
Cornelius Vanderbilt I, também conhecido pelos apelidos de Comodoro ou Comodoro Vanderbilt, foi um empreendedor americano que construiu sua fortuna através da marinha mercante e da construção de ferrovias, o patriarca da família Vanderbilt.
Jovem, Cornelius Vanderbilt trabalhou nas balsas da cidade de Nova York, abandonando a escola aos onze anos de idade. Aos dezesseis, já estava operando seu próprio negócio, transportando em barcas cargas e passageiros entre Staten Island e Manhattan.
Vanderbilt morreu aos 85 anos, em janeiro de 1877.
2.0 ATIVIDADE DE FIXAÇÃO
Disponível no link : https://docs.google.com/forms/d/1DruL-98Q-FZJIJRh_tT2qYstRvUSfafCAAe-n-wPyys
1) Com sua palavras, explique a importância da revolução industrial
2) Com suas palavras, qual a diferença entre a burguesia e o proletariado
3) Nos dias atuais, ainda existe o sistema da burguesia e do proletariado?
Marque: ( ) sim ( ) não
4) É correto afirmar que existe burguês pobre e proletariado rico? Explique sua resposta.
3.0 A 2ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A 2ª revolução industrial foi representada pelas mudanças na produção da indústria elétrica, química, de petróleo e de aço.
Como a 1ª revolução industrial estava concentrada na Inglaterra, a 2ª revolução se espalhou por outros países como os Estados Unidos, França, Japão e Prússia (que viria a se tornar a Alemanha), também iniciaram novas formas de produção industrial.
Com a segunda revolução industrial, as técnicas produtivas davam lugar ao aço, à eletricidade e ao petróleo. Dessa forma, com o surgimento de novas indústrias e a automatização do trabalho novas formas de produção em massa surgiram. Além disso, indústrias elétricas e químicas impulsionaram a economia.
A indústria automobilística ganha espaço.
Com o avanço da indústria, surgem os estudos acerca da gestão destas organizações, criando estudos que mostravam, por exemplo, que produzir mais em menos tempo e evitar os desperdícios, seria mais lucrativo. Estes estudos passaram, a princípio, a serem chamados de taylorismo, teoria criada por Frederick Taylor, e fordismo, por ser a teoria desenvolvida por Henry Ford.
3.1 FREDERICK TAYLOR E O TAYLORISMO
Frederick Winslow Taylor nasceu na Filadélfia, Estados Unidos, em 20 de março de 1856. Foi um um operário mecânico que formou-se engenheiro estudando à noite, após sair do trabalho.
Em 1903 Taylor publicou o livro “Administração de Oficinas” onde demonstrou suas ideias pela primeira vez.
Sua obra “Os Princípios da Administração Científica”, que publicou no ano de 1911, tornou-se a base de estudos da Administração Científica. Taylor focava seus estudos para promover a eficácia operacional na administração industrial e comercial.
À época, o principal objetivo dos proletários era ter seu trabalho, não sendo interessante efetuá-lo de forma rápida e eficiente.
Para Taylor, a abordagem da Administração Científica consiste na arte de saber exatamente o que você quer que seus homens façam e vê-los fazer da melhor e mais barata maneira.
Propôs a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos dos operários. Os trabalhadores deveriam ser destinados às atividades onde apresentavam maiores aptidões para a realizá-la. Em seguida, eram capacitados para a tarefa da melhor forma possível em menos tempo.
Para Taylor, os operários eram motivados por dinheiro Diante disso, promoveu a ideia de “um salário justo por um dia justo de trabalho”. Se o operário não alcançasse o suficiente em um dia, ele não merecia ser pago igualmente a outro trabalhador que era altamente produtivo.
3.2 PRINCÍPIOS DE TAYLOR
- Princípio de planejamento: substituição de métodos improvisados por procedimentos científicos.
- Princípio de preparo e seleção dos trabalhadores: selecionar os trabalhador de acordo com as suas aptidões. Capacitá-lo para que produza mais e da melhor forma possível, atingindo metas estabelecidas.
- Princípio de controle: controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta.
- Princípio da execução: distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja o mais disciplinado possível, removendo os movimentos desnecessários durante a produção. São estabelecidos parâmetros como tempo de execução da tarefa.
- Princípio da padronização: aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos; Supervisão funcional: os operários são supervisionados por vários supervisores especializados, e não por uma autoridade centralizada; Homem econômico: o homem é motivado por recompensas salariais, econômicas e materiais.
Para Taylor:
A gerência da empresa/indústria deve: afixar trabalhadores numa jornada de trabalho controlada, supervisionada, sem interrupções, a seu controle, podendo o trabalhador só parar para descansar, quando for permitido, com particularização de cada movimento.
Não podia deixar o controle do processo de trabalho nas mãos dos trabalhadores. Como os trabalhadores conheciam mais a função do que o gerente, este deveria aprender os métodos de trabalho com aqueles para então cobrar dos seus operários. Com o conhecimento da produção, a gerência poderia estabelecer os tempos necessários. Assim, fixou a distribuição do tempo de trabalho
O operário deve aprender e executar uma função, não podendo perder tempo analisando o trabalho.
3.3 CRÍTICAS AO SISTEMA DE TAYLOR
Os métodos de Taylor também foram contestados por intelectuais socialistas da época. O argumento apresentado refere-se ao esgotamento progressivo dos trabalhadores no local de trabalho e à subsequente degradação do trabalho, movido pelo capital, que usa os métodos de Taylor para tornar o trabalho repetitivo, monótono e reduzindo ainda mais as habilidades dos trabalhadores.
3.4 O TAYLORISMO INSPIRA HENRY FORD
As ideias de Taylor inspiraram diretamente a Henry Ford a melhorar a produção dos seus automóveis. O Taylorismo não é um modelo produtivo e sim uma análise teórica de organização do trabalho e de administração. Assim, o empresário poderia reduzir os custos e maximizar os lucros.
3.5 ATIVIDADE DE FIXAÇÃO DA TEORIA DE TAYLOR (TAYLORISMO)
Assistir ao filme ‘Tempos Modernos’ e fazer uma relação com o Taylorismo.
(Link do filme: )
O clássico retrata, com um humor inteligente e exagerado, o que se passava nas fábricas. Os processos repetitivos e monótonos, com tempo cronometrado e forte monitoramento.
A sanidade mental do operário é comprometida durante o tempo prolongado de atividade.
O proletário que não aceita o trabalho na indústria não encontra outras opções. O desemprego, a fome e falta de qualificação para outras atividades profissionais são salientadas.
Os movimentos sindicais, que buscam mais qualidade para o trabalhador, são destacados no filme.
4.0 HENRY FORD E O FORDISMO
Portrait of Henry Ford (ca. 1919) | Fonte: Library of Congress
Henry Ford foi um empreendedor e engenheiro mecânico, nascido no Condado de Wayne, em 30 de julho de 1863.
Ford iniciou sua trajetória com motores na fazenda de seu pai. Ele era responsável pelos reparos nas máquinas da fazenda, mostrava muita habilidade para inovar e sua principal intenção era observar o funcionamento mecânico das máquinas e equipamentos. A vida na fazenda era difícil, exigia serviços pesados feitos à mão. Por causa disso, desde menino Ford já demonstrava o interesse em diminuir o trabalho manual com o uso de máquinas. No ano de 1875, com doze anos, o contato com um motor a vapor o levou a estudar os carros automotores. Seu pai desejava que Henry assumisse a fazenda, mas Henry não tinha gosto pelos trabalhos agrícolas.
Fundou a Ford Motor Company em 1903, aos 40 anos, juntamente com outros onze investidores. Foram investidos cerca de R$28 mil dólares na época.
A Ford Motor Company pagava bem seus operários, cerca de U$5,00 por dia. Com bons salários, os melhores engenheiros passaram a integrar o quadro de funcionários da empresa, promovendo avanços tecnológicos expressivos.
A ele é atribuído o “fordismo”, métodos com produção em grande quantidade de automóveis a baixo custo por meio da utilização do artifício conhecido como “linha de montagem”.
Em 1913 a fábrica já produzia 800 carros ao dia, com a implantação da linha de montagem, Henry Ford criou um sistema de esteira, que movimentava o carro de forma que cada operário executasse a sua operação, isto aumentou em muito a produtividade, um carro ficava pronto a cada 98 minutos, a produção em série, revolucionou a indústria automobilística.
4.1 FORDISMO
Isso porque antes da segunda revolução industrial, a produção era mais cara e demorada para a empresa.
O Fordismo é um modo de produção em massa baseado na linha de produção idealizada por Henry Ford. Foi fundamental para a racionalização do processo produtivo e na fabricação de baixo custo e na acumulação de capital.
4.2 PRINCÍPIO DO FORDISMO
Princípio de intensificação: diminuição do tempo de produção e rápida colocação do produto no mercado.
Princípio de economicidade: reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria prima em transformação para assim recuperar rapidamente custos com matérias primas e salários por exemplo.
Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do homem no mesmo período (produtividade) por meio da especialização.
4.1 FORD
Referências bibliográficas:
MOTTA, Fernando Carlos Prestes; ISABELLA Gouveia de Vasconcelos. Teoria Geral da Administração. 3ª Ed. Ver. – São Paulo: Cengage Learning, 2015.